A cerca de 60
quilómetros de Xai-Xai, capital da provincia moçambicana de Gaza, situa-se o
Museu Aberto de Nwadjahane, no distrito de Manjakazi, onde está preservada a
história da vida e obra de Eduardo Mondlane, considerado o “Arquitecto da
Unidade Nacional” de Moçambique.
Exactamente no Posto
Administrativo de Chalala, pouco mais de 15 quilómetros da vila sede distrital,
o Museu Aberto de Nwadjahane, aldeia onde nasceu o primeiro presidente da
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), está a atrair cada vez mais
cidadãos nacionais e estrangeiros interessados em saber mais sobre Mondlane.
No dia 20 de Junho
último, data em que se fosse vivo Mondlane completaria 95 anos, centenas de
pessoas se juntaram naquela aldeia para assistir a primeira edição do Festival
Xingomana, uma iniciativa que, uma vez mais, fez de Nwadjahane parte do roteiro
turístico de Gaza.
Para a maioria dos
presentes o pretexto não era apenas assistir a dança Xingomana, mas aproveitar
as explicações dadas durante a visita guiada pelo Museu Aberto de Nwadjahane
para saber mais da história de vida desse homem.
De pacata e tradicional
aldeia, igual a muitas do interior do país, Nwadjahane conheceu grandes
transformações do ponto de vista de infra-estruturas sociais e bem como do
número de visitantes.
Nwadjahane está
transformado e dia após dia observa mudanças típicas de uma terra de liberdade,
paz e desenvolvimento. Sinais positivos de progresso associados ao processo de
imortalização de Eduardo Mondlane.
A aldeia já tem energia
eléctrica, água potável e outros serviços tal é o caso de comunicações móveis e
de informática, tudo porque foi assumida a dimensão histórica e cultural
daquele ponto.
Nas infra-estruturas que
compõem o Museu Aberto de Nwadjahane destacam-se uma moradia rústica, bem como
a casa que mandou construir em 1960, quando funcionário das Nações Unidas. O
complexo integra ainda um cemitério familiar, uma biblioteca, um Monumento
comemorativo e a zona de protecção.
São nestes locais que
mensalmente milhares de cidadãos de várias partes do país e do mundo escalam a
aldeia de Mondlane, que já se assumiu como histórica.
Godfrey Mondlane é um
dos cidadãos sul-africanos que, no dia de aniversário de Eduardo Mondlane,
deixou a sua cidade de Middelburg para visitar a aldeia de Nwadjahane, com
objectivo de saber mais sobre a origem do seu sobrenome.
Filho de pai
moçambicano, Godfrey Mondlane contou a nossa Reportagem que sempre se
interessou por essa história, mas nunca teve a oportunidade de conhecer aquelas
terras e ouvir de pessoas nativas qual é a origem dos seus progenitores.
“Também acompanhei a
história de Eduardo Mondlane e quando soube a partir das redes sociais da
realização do Festival Xingomana decidi abraçar a iniciativa e me juntar ao
grupo e conhecer esta aldeia”, contou Godfrey Mondlane, que se deslocou a
Moçambique com a esposa e todos os filhos.
Contou que nunca teve
contacto ao vivo com ninguém da família Mondlane, mas através de redes sociais
como Facebook conheceu muitas pessoas com o seu sobrenome e a partir daí chegou
a Nwadjahane.
Segundo disse, a ideia é
revelar aos filhos de onde surge esse nome, Mondlane, não obstante estar ciente
de que pode não se tratar da mesma zona de onde pode ter nascido o seu pai.
“Apenas interessa
conhecer a história de Eduardo Mondlane. Isso já é bastante para quem nem
sequer sabia nada sobre o seu apelido”, acrescentou.
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