O histórico bairro da
Mafalala, na capital moçambicana, Maputo, foi uma das principais atracções nos
pavilhões de Moçambique e da organização Dom Bosco durante o último
fim-de-semana na Expo Milão 2015, que decorre até 31 de Outubro naquela cidade
Italiana.
A presença de “Mafalala”
naquela feira pretendia mostrar a diversificação da oferta turística da capital
moçambicana a partir de um novo e atractivo centro de turismo cultural e
suburbano, explorando a história, as tradições e os demais elementos que
identificam o bairro.
A delegação moçambicana
que apresentou a “Mafalala” em Milão era composta por Ivan Laranjeira,
presidente da Associação IVERCA, e Saquia Rachide, bailarina do grupo Tufo da
Mafalala, que levou os hábitos e costumes das “muthianas horeras” (mulheres
bonitas, traduzido do Emakhwua para o Português), originárias da província de
Nampula.
Saquia Rachide é líder
da banda Tufo da Mafalala, que pratica o tufo, uma dança de origem árabe ligada
à religião muçulmana, praticada na região nortenha do país, mais precisamente
no litoral costa das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia.
No âmbito da promoção de
“Mafalala” e da cultura moçambicana foi também realizada uma feira de livros de
literatura nacional, onde foram expostas, entre outras obras, “A Marrabenta:
Sua Evolução e Estilização, 1950-2002”, da autoria de Rui Laranjeira, e
“Mafalala: Guia Cultural do Bairro Histórico de Maputo”, de Alejandro de los
Santos Pérez.
Houve também espaço para
a projecção do filme “Marrabentando - As Histórias que a Minha Guitarra Canta”,
realizado por Karen Boswell e que apresenta testemunhos de alguns dos maiores
fazedores do estilo musical marrabenta, como são os casos de António Marcos e
Dilon Djindji.
Ivan Laranjeira, que
ministrou uma palestra no pavilhão do Dom Bosco, na Expo Milão, disse ao
Notícias que a presença do bairro da Mafalala e da associação Iverca, que
anualmente promove um festival cultural naquele bairro, foi incentivo para
continuar a prosseguir os seus ideais de tornar o Festival Mafalala numa
referência africana das artes e cultura.
Afirmou ainda que o
Festival Mafalala deverá ser evento que não somente celebre a história e
cultura do bairro, mas que seja um exemplo e caso de estudo para a forma como
se pode aproveitar o património cultural e estabelecer contribuições valiosas
na mudança de comportamentos sociais.
O pavilhão de Moçambique
na Expo Milão foi inaugurado em maio último, num acto que decorreu em
simultâneo com a cerimónia de abertura oficial deste evento.
Até 31 de Outubro
diversas actividades terão lugar não apenas em Milão, mas também em cidades
satélites como Reggio, Emília, Turim e Veneza, contando com a participação da
comunidade moçambicana residente.
A Expo Milão 2015
decorre sob o lema “Nutrir o Planeta, Energia para a Vida” e é composta por 145
pavilhões em representação de 80 países.
noícias de maputo
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