sábado, 28 de novembro de 2015

Fotógrafo moçambicano expõe capulanas no Brasil




 
Está exposta desde quinta-feira última, 26 de Novembro, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Belo Horizonte, Brasil, a segunda exposição fotográfica individual do fotojornalista moçambicano Albino Moisés, intitulada “Muthianas e Capulanas de Moçambique”.
Trata-se de uma mostra composta por 21 imagens, inserida na 8.ª edição do Festival de Artes Negras FAN-2015, que decorre desde quarta-feira na capital do Estado de Minas Gerais, juntando artistas de várias partes do mundo.
As 21 imagens a cores retratam as viagens efectuadas pelo fotojornalista nalgumas províncias das regiões centro, norte e sul do seu país no período de 2012-2015. As fotografias pretendem homenagear a mulher moçambicana e realçar a importância social e cultural da capulana, uma peça de roupa muito usada em Moçambique.
“Muthianas e Capulanas de Moçambique” é um trabalho que é assinado na curadoria por Maria Luiza Viana, professora universitária de Moda, Olusegun Akinrulli, cônsul-honorário do Senegal e a historiadora e pesquisadora Adriana Araújo e o espaço que acolhe é tido como um dos lugares mais nobres e cartões-de-visita de Belo Horizonte. Basta dizer que o imponente edifício do Centro Cultural Banco do Brasil é a sétima instituição cultural mais visitada em todo o Brasil e a 95.º no mundo inteiro, de acordo com o ranking da publicação inglesa “The Art Newspaper”, na sua edição de Abril/2014.
Sobre esta obra, que é um hino à beleza da mulher moçambicana, a curadoria escreve no catálogo de apresentação “O olhar sensível de Albino Moisés vai para além dos padrões coloridos das capulanas, capta seus diferentes usos em Moçambique. O tecido na exposição é articulador das identidades de gênero, geração, etnicidade e portador de mensagens e contextos sociais”.
Este trabalho pretende, de forma despretensiosa, fazer um tributo à capulana, um dos símbolos mais representativos de identidade moçambicana e dar a conhecer as afinidades da mulher moçambicana com este tecido secular, cuja relação vem desde a gravidez, passando pelo parto e até mesmo na morte. Mas a capulana também é transversal, é amarrada no local de trabalho, nos casamentos, lobolos, xitiques, funerais, conferências internacionais, nos ritos de iniciação, na passarela, etc.
Para além da exposição “Muthianas e Capulanas de Moçambique”, o jornalista que também é video-documentarista, contribui para este festival brasileiro com uma curta-metragem “Shilambashi Shetu - Esta Terra é Nossa” (2010), exibida em Ouro Preto, uma cidade tomada como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. 
O fotojornalista teve a sua primeira exposição no Brasil intitulada “Mwana-Mwanas”, que durante um ano e meio, escalou os principais centros culturais e escolas de ensino médio e fundamental da cidade de Belo Horizonte. Durante o roteiro itinerante, a mostra foi associada a várias festividades: Dia da Consciência Negra; Dia da Criança Brasileira; Dia Mundial da Criança; Campanha da UNICEF Contra o Racismo em Crianças; Dia da Independência de Moçambique.

A exposição “Muthianas e Capulanas de Moçambique” abre numa altura em que Moçambique e o Brasil assinalam 40 anos de relações bilaterais, e se encoraja o estabelecimento de cada vez mais parcerias entre os dois povos com história e cultura comuns.
jornal notícias de maputo

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Angola, Tanzânia e Zimbabwe no Comité do Património Mundial


Angola, Burkina Faso, Tanzânia, Tunísia e Zimbabwe são os países africanos eleitos para o Comité do Património Mundial da UNESCO para um mandato de quatro (4) anos, durante a vigésima Assembleia Geral dos Estados Parte da Convenção do Património Mundial realizada em Paris (França) entre 18 e 20 de Novembro.

Os outros membros eleitos são Azerbaijão, Cuba, Koweit e Indonésia.
De acordo a representação angolana junto da UNESCO, o país será representando no comité pelo director nacional dos museus, Ziva Domingos, na área do Património Cultural e Vladmir Russo, no Património Natural.
A referida Assembleia geral contou com a participação de 191 países e alguns observadores (Órgãos Consultivos do Centro do Património Mundial, nomeadamente o ICCROM, o ICOMOS e a IUCN).
A assembleia discutiu assuntos relacionados com a gestão do Fundo para o Património Mundial, a Estratégia Global para uma Lista do Património Mundial equilibrada, representativa e credível, e o futuro da Convenção do Património Mundial.
O Comité do património Mundial se reúne uma vez por ano para analisar o estado de conservação dos sítios do património mundial e inscrever novos sítios na Lista que conta hoje com 1031 sítios entre os quais 802 sítios culturais, 197 sítios naturais e 32 sítios mistos.
A próxima sessão ordinária do Comité do Património Mundial terá lugar em Istambul (Turquia), de 10 a 20 de Julho de 2016.

Recorda-se que Angola trabalha para a inscrição da histórica cidade de Mbanza Congo na lista do património mundial, um projecto lançado em 2007 com a realização de uma mesa redonda internacional sob o tema “Mbanza Congo, Cidade a Desenterrar para Preservar”

angop

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ilha de Moçambique restaura local de partida de escravos

 
O principal ponto de partida de escravos na Ilha de Moçambique, província de Nampula, para outras partes do mundo, com destaque para as “Américas”, está a beneficiar de obras de restauração, com vista e a preservar a história secular daquele local. 
De há algum tempo a esta parte o “Jardim de Memórias”, como é denominado, não estava a merecer o devido tratamento, o que constituía motivo de insatisfação para os habitantes daquela região. A situação tornava-se mais preocupante por aquele ser um dos locais mais visitados por turistas nacionais e estrangeiros.  
Falando ao “Notícias”, o director do Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique (GACIM), Celestino Girimula, afirmou que as obras em curso são financiadas pelo do Estado em parceria com algumas organizações das Ilhas Reunião.
Segundo avançou, depois de concluídas as obras, o jardim poderá ter um centro de interpretação e documentação, que disponibilizará informação para estudantes e outras pessoas interessadas em conhecer a história do tráfico de escravos.  
Ainda segundo Celestino Girimula, o projecto de restauração do “Jardim de Memórias” contemplará também o melhoramento da rampa de escravos de Mossuril, onde estes se juntavam antes de serem levados para a Ilha de Moçambique, donde partiam para outros destinos.      

O Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique foi criado em 2006, tendo como principais funções planificar, coordenar e orientar as actividades de pesquisa, protecção, conservação e restauro do património histórico e arquitectónico daquela que foi a primeira capital do país.
jornal notícias de maputo

Luandino Vieira lança "Papéis da Prisão"




A obra "Papéis da Prisão", de Luandino Vieira, é apresentada amanhã, terça-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa numa sessão que contará com a presença do autor.

Reunindo num livro de 1.200 páginas apontamentos, correspondência e diário do escritor durante os anos de cárcere enquanto preso político, durante o Estado Novo, “Papéis da Prisão” vai ser apresentado conjuntamente por Arnal santos, escritor angolano e Eduardo Lourenço, filósofo português.

O livro compila cerca de duas mil "débeis folhas" escritas num ambiente "de grande precariedade, de grande censura e extremamente violento", primeiro nas cadeias de Luanda (onde deu entrada em 1961) e depois no Tarrafal (de onde saiu em 1972), em Cabo Verde, disse à agência Lusa a investigadora Margarida Calafate Ribeiro, uma das coordenadoras do projeto do Centro de Estudos Sociais (CES) que trouxe este espólio de Luandino Vieira a público.


O projecto, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, começou em 2013 e termina agora com a apresentação do livro "Papéis de Prisão", que decorre a 24 de Novembro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 26 de Novembro na livraria Almedina, em Coimbra, e a 10 de Dezembro em Angola.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Semana da moda moçambicana

 
O Vodacom Mozambique FashionWeek (MFW) volta este ano abrilhantar as passarelas moçambicanas na semana de 3 a 13 de Dezembro, exibindo as melhores tendências da moda moçambicana e do mundo, criações de estilistas nacionais (estabelecidos e jovens designers), pan-africanos e internacionais.
“WildNow” é o tema que vai orientar a 11ª edição do evento, reforçando assim uma visão global e futurista da moda em África, mas trazendo sempre muitas inovações, mostrando ao mundo a sua evolução desde 2005 até aos dias de hoje, preservando o seu conceito genuíno de semana de moda de aprendizagem e dando a conhecer a sua transformação ao longo destes onze anos.

A 11ª edição do Vodacom MFW vai assim, mais uma vez, marcar a sua posição como um influente marco da cultura moçambicana, uma cultura que apesar de estar em pleno crescimento e desenvolvimento não nega nem prescinde das suas origens e tradições.
domingo

Moçambique quer Quirimbas como Património da Humanidade

Moçambique vai apresentar na UNESCO processos em curso, com vista à inscrição do Arquipélago das Quirimbas, das expressões culturais Mapiko, Tufo e Xigubo, na lista do Património Cultural da Humanidade.
A apresentação será feita por Silva Dunduro, ministro moçambicano da Cultura e Turismo, que se encontra em Paris a participar na 38ª Conferência Geral da UNESCO.
O evento, em curso desde o passado dia 03 de Novembro, pretende adoptar o relatório das actividades levadas a cabo pela organização, no período compreendido entre a última Conferência Geral e a presente Sessão; aprovar o Orçamento para 2016 e 2017 e o Programa e Orçamento para o período de  2018 a 2021.
Silva Dunduro vai também apresentar o Relatório do Governo de Moçambique, sobre as actividades desenvolvidas no domínio da Cultura, entre 2013 e 2014, relativo ao programa da conservação da Ilha de Moçambique (Património da Humanidade) e preservação das expressões culturais Nyau e Timbila,

Durante a sua estadia, Dunduro participará, igualmente, do programa cultural alusivo à celebração do 70º aniversário da constituição da UNESCO, na 20ª Sessão da Assembleia Geral da Convenção referente à Protecção do Património Cultural e Natural, devendo estabelecer contactos com as autoridades do Governo francês, responsáveis pela Cultura e Turismo, com vista à fortificação da cooperação bilateral entre os Governos dos dois países.

domingo

sábado, 14 de novembro de 2015

Forest Whitaker representa Desmond Tutu

 

O actor americano Forest Whitaker fará o papel do célebre arcebispo sul-africano, Desmond Tutu, num filme intitulado “The Archbishop and the Antichrist” (O Arcebispo e o Anticristo) .
Dez anos depois de ter ganho um Óscar pelo seu papel representando o ditador do Uganda Idi Amin Dada no filme “O último rei da Escócia”, Whitaker prepara-se para vestir a pele de Desmond Tutu, prémio Nobel da Paz, num filme que começará a ser rodado no início de 2016.
Essa ficção que terá como pano de fundo a África do Sul pós-apartheid, centra-se no encontro entre o arcebispo Tutu e um africâner assassino em série, condenado a prisão perpétua, papel que será desempenhado por Vince Vaughn.

Inspirado na peça de teatro com o mesmo nome de Michael Aston, a produção será co-realizada pelo cenarista Roland Joffé.  

jeune afrique

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Angola e Moçambique no Festival de Cinema da Praia

 2ª Edição do Plateau: Países lusófonos lideram adesão ao festival

Filmes de Angola, Cabo Verde, Moçambique e Senegal, entre outros marcarão presença na 2ª edição do Festival Internacional de Cinema da Praia, Plateau, que acontece entre os dias 19 a 28 de Novembro.  

Esta edição do Plateau conta com vários nomes sonantes do mundo da sétima arte, quer nacionais e internacionais. Nesta edição, além da exibição dos filmes, a organização preparou outras actividades como workshops, fóruns, masterclass e palestras subordinadas a vários temas ligados ao cinema e audiovisual.  
O público infantil e os estudantes dos diferentes níveis de ensino (básico, secundário e universitário) terão a oportunidade de assistir mostras de filmes não competitivos, nas respectivas escolas, bairros residenciais e no cinema da Praia.  
Os filmes em competição são exibidos no Cine-teatro da Praia e no Auditório do Palácio da Cultura Ildo Lobo.
De referir que, nesta edição, a organização do evento registou mais de duas dezenas de inscrições de filmes para competição de realizadores e produtores oriundos de países como: Angola, Cabo Verde, Moçambique, Senegal, Brasil, EUA, Alemanha, Áustria e Portugal.  
Esta é uma iniciativa da Câmara Municipal da Praia (CMP), em parceria com o Ministério da Cultura, Associação de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde e Txan Film& Associates, e conta, ainda, com o apoio financeiro de empresas públicas e privadas do Município da Praia.


Listas dos filmes seleccionados:
- “Zenaida” de Alexis Tsafas (Cabo Verde)
- “Casalata” de Ângelo Lopes e Lara Plácido (Cabo Verde)
- “Óna” de Coletivo Criativo de Rua (Brasil)
- “O Barbeiro Guitarrista” de André Almeida Rodrigues (Portugal)
- “Tchindas” de Pablo Garcia Pérez de Lara e Marc Serena (Cabo Verde)
-“ Joaquim Bralhador” de Márcio Câmara (Brasil)
- “Lar Doce Celular” de Alek Lean (Brasil)
- “AMBÍGUO” de Zandir Santos (EUA)
- “Do Outro Lado do Atlântico” de Daniele Ellery e Márcio Câmara (Brasil)
- “Chegar a Casa” de Ibrahim Kanara (pseudónimo de Santiago Macias) (Portugal)
- “Fuja dos Meus Olhos” de Felipe Bragança (Alemanha/Brasil)
- “Hoje” de Artemisa Ferreira (Cabo Verde)
- “Impunidades Criminosas” de Sol de Carvalho (Moçambique)
- “Caminhos da paz” de Sol de Carvalho (Moçambique)
- Em Disputa de Zandir Santos (EUA)
- “O tempo dos Orixás” de Eliciana Nascimento (Brasil)
- “CONSCIÊNCIA” de João Paradela (Cabo Verde)
-“Fim de um Mundo” de Jorge Murteira (Portugal)
-“ Amor Louco” de Jessica Hausner (Áustria)

- “Eugénio de Andrade, lembrado pelos amigos” de Fernando Faria Paulino (Portugal).

expresso das ilhas

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Moçambicana é melhor artista dos PALOP

 
A cantora moçambicana Ney­ma venceu o prémio de melhor artista feminina dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) no concurso do Afri­can Entertainment Awards nos EUA.
O anúncio foi divulgado no sábado passado, nos Estados Unidos de América.
Neyma deixou para trás qua­tro cantoras de renome: Suzana Lubrano (Cabo Verde), Pérola (Angola), Karyna Gomes (Gui­né-Bissau) e Bruna Lee (São Tomé e Príncipe).
O objetivo do African Entertainment Awards é de criar uma plataforma para a promoção das vozes da Diáspora Africana em torno de várias questões actuais que também afectam africanos residentes nos Estados Unidos e nos seus países de origem.
Neyma Alfredo, artisticamente conhecida pelo primeiro nome, é uma cantora moçambicana de Marrabenta e Zouk, nascida em Maputo, aos 6 de Maio de 1979.

Devido às dificuldades que enfrentou ainda muito jovem, Neyma aprendeu a lidar com a vida de uma forma muito determinada. Foi com a sua participação, em 1995, no programa musical de show de talentos, “Fantasia”, no qual conquistou o segundo lugar, que Neyma descobre a sua paixão pela música. Lançou o seu primeiro álbum, “Brigas” em 1999 e contou com os singles, “Brigas”, “Mãe, Virtude Mais Bela” e o grande sucesso “Praia feliz”, que lhe deu uma grande visibilidade a nível nacional. Depois do sucesso de “Brigas”, vieram os Álbuns “Baila”, em 2000 e “Renascer”, em 2001.

Neyma regressa depois de alguns anos sem lançar nenhum álbum, com “Arromba” em 2005, que a trouxe de volta para os holofotes e para o reconhecimento internacional como a Diva da música de Moçambique e do mundo lusófono. No início de 2010, ela lançou um novo álbum intitulado “Neyma 10 Anos” comemorando seus 10 anos na indústria da música moçambicana.

Durante a sua carreira, Neyma foi agraciada com vários prémios, a destacar:


– Música popular do programa “Ngoma Moçambique”, com “Lirandzu”, 2002;
– Canção mais popular do top feminino, 2004
– Nomeação para o Channel’O music awards 2006
– Melhor artista no canal internacional Afro Music, 2007
– Artista mais popular do Mozambique Music awards, 2009
– Melhor artista feminino no Mozambique Music Awards, 2010.

o país, conexão lusófona

Primeiro dicionário crioulo-inglês nos Estados Unidos


O primeiro dicionário Crioulo-Inglês será lançado nos Estados Unidos no próximo dia 25 de Novembro e terá uma tiragem de quatro mil cópias. A obra tem 40 mil palavras do crioulo cabo-verdiano traduzidas para o inglês.

O autor, Manuel da Luz Gonçalves, cabo-verdiano e professor naquele país há cerca de 30 anos, garante que o dicionário nasce da enorme lacuna de material em crioulo tanto para os níveis informal como formal.
A expectativa é grande e aparenta ser um bom presente de Natal, escreve o a “asemana“ on line.
O “Capeverdean Dicionary – Creole –English” deve chegar às bancas nos Estados Unidos a 25 de Novembro. Entretanto, para Cabo Verde, a data ficou reservada para o mês de Fevereiro de 2016 (dia 21- Dia Internacional da Língua Materna). Traz 40 mil palavras em crioulo (sobretudo do Sotavento) traduzidas em inglês. A primeira edição terá uma tiragem de quatro mil cópias. “A intenção é valorizar o crioulo como um elemento vital para a nossa identidade e sobrevivência”, garante o autor.

Manuel da Luz Gonçalves explicou ao asemanaonline que a obra nasceu da necessidade de se ter material em crioulo principalmente para os que chegam nos Estado Unidos mas que não sabem falar inglês. Além de ser um instrumento para pessoas que servem ou estão inseridas na comunidade cabo-verdiana entre linguistas, interpretes, professores, médicos, nos serviços de emigração, nos tribunais, entre outros.

O público-alvo será a comunidade cabo-verdiana nos E.U.A, mas Gonçalves manifesta-se optimista com o impacto do dicionário nas comunidades residentes na Europa (principalmente do Norte) bem como para os turistas que visitam Cabo Verde.

O investigador de crioulo lamenta que o ensino da língua materna em Cabo Verde ainda ser reduzido. Mas defende por outro lado que nos Estados Unidos é um elemento vital de interligação, principalmente daqueles que nascem naquele país com os que não tem laços cabo-verdianos mas que gostam ou precisam do crioulo no seu dia-a-dia. "A demanda e a expectativa são enormes porque há uma necessidade das pessoas aprenderem e conhecerem muito bem o crioulo falado e escrito", refere.

Além deste dicionário que já se manifesta de particular importância para a consolidação do crioulo, Gonçalves é também autor do “Pa nu papia crioulo”, uma espécie de gramática, acompanhada por um CD. Focado na prática e com exercícios, estórias, a obra, lançada em 2003 já vai na terceira edição. Teve até agora uma tiragem total de cinco mil cópias.

Realça que o material que até agora produziu em defesa do crioulo tem sido baseado no ALUPEC. “Não só por ser a única proposta mas também pela necessidade de uniformizar e padronizar”. Pelo que alerta para a importância de uniformizar a escrita em crioulo, para que seja melhor estudada. “Estamos num bom caminho porque muita gente está a escrever em crioulo, mas falta agora a padronização”, defendeu entusiasmado.

Manuel Gonçalves é natural da Ilha do Fogo mas estudou na Cidade da Praia. Vive há 36 anos nos Estados Unidos, onde exerce a profissão de professor (tanto no nível comunitário como académico). Foi um dos promotores do programa Bi-lingue.

asemana




quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Memórias da Independência de Angola em filme

 

A Associação Tchiweka de Documentação estreia esta semana em Luanda o filme “Independência”, projecto que levou quase seis anos a concretizar, reunindo memórias de 600 intervenientes na luta contra o regime colonial português em Angola.
De acordo com informação daquela associação angolana, o filme, em versão documentário e com ante-estreia marcada para este sábado no Cine Atlântico, recolheu ainda imagens de vários locais históricos no processo da luta pela independência nacional em Angola e fora do país.
“Como a maior parte das pessoas da minha geração, eu tinha um desconhecimento profundo do nosso passado. Comecei a querer conhecer melhor as pessoas e as ideias daqueles que lutaram pela independência do nosso país”, explica à Lusa o realizador do filme, Mário Bastos.
Desta actividade de seis anos resultaram mais de 1000 horas de entrevistas em vídeo, “abrindo a possibilidade de realizar vários outros trabalhos”, esclarece a Associação Tchiweka de Documentação, que se associou à produtora audiovisual Geração 80 no projecto intitulado “Angola - Nos Trilhos da Independência”, o qual deu lugar ao filme, que será apresentando em várias salas de cinema de Angola.
Para o efeito, foram ainda recolhidas “memórias de mais de 600 intervenientes directos ou indirectos na luta pela independência desde nacionais e estrangeiros”, que segundo os produtores, esta iniciativa surge como “obrigação de devolver à sociedade angolana um pouco do que dela recebemos”.
“Independência” é um “filme feito por angolanos” e que “apresenta uma outra imagem concernente a resposta que se deu ao domínio colonial e a luta de libertação nacional vista por quem nela participou”, sublinha a associação em comunicado, que também enfatizou a importância de produzir “algo para o presente, principalmente para as gerações que surgiram depois de 1975, que não conheceram o sistema colonial e pouco sabem do passado”.
Segundo Mário Bastos “concluído o filme, espera-se que se consiga criar diálogo entre as gerações que participaram na luta e as que nasceram depois de 1975. Reforçando a ideia de que “se deve olhar para o passado com os pés bem assentes no presente para reflectirmos sobre onde estamos e o que somos como país 40 anos depois da nossa Independência”.
Angola foi colonizada por Portugal durante cerca de 500 anos, tendo alcançado a independência há 40 anos, na sequência da luta armada levada a cabo pelos movimentos de libertação.

A independência foi proclamada a 11 de novembro de 1975 por António Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e primeiro presidente de Angola, após 14 anos de guerra contra o poder colonial português.

jornal noticias

Reino do Kongo em Nova Iorque

 Por Miguel Mixinge*
O Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque acolhe até ao próximo dia 3 de Janeiro a exposição “Kongo: Power and Majesty” (“Congo: Poder e Magnificência”), com comissariado de arte de Alisa Lagamma.

Quando ontem visitei pela primeira vez o museu, atendendo a sua dimensão, pensei em ver esta mostra, inaugurada no passado dia 18 de Setembro, ao pormenor. Os visitantes, normalmente, acedem a exposição através de uma ampla galeria com objectos de Arte Grega.

Porém, além desta mostra, o Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque também apresenta neste momento mais duas exposições que podem ser do interesse dos angolanos, por estarem relacionadas com a História do país e do continente africano: “O rescaldo do conflito: Fotografias de Jo Ractliffe em Angola e na África do Sul” e “Dentro e Fora do Estúdio: Retratos fotográficos da África do Oeste”, onde podemos ver obras de Samuel Fosso e Seydou Keita.

No entanto, quem fizer como eu fiz e entrar na galeria de Arte grega, à meio dela, em absoluto contraste com as formas do classicismo grego-latino, encontrará a exposição “Congo: Poder e Magnificência” que, a meu ver, é uma belíssima mostra porque afronta os problemas da história, como a escravatura e o colonialismo, sem minimizá-los. Além do mais, duas outras razões provocam que esta seja uma exposição relevante: em primeiro lugar o retrato de Dom Miguel de Castro, emissário do Soyo, acompanhado de uma documentação histórica relevante, nomeadamente, a correspondência entre os Reis do Congo e a Santa Sé, que coloca este reino, em pleno século XVI, entre um dos mais importantes nas relações inter-estatais da época ou, se quisermos, no epicentro da primeira globalização que a humanidade conheceu. 

Em segundo lugar, com esta exposição de uma maneira delicada e contra a tendência até agora predominante noutras mostras semelhantes, em relação a estudos antropológicos e etnográficos, esta transfere a atenção para a percepção deste tempo e ao esplendor do reino e da sociedade congolesa através da apresentação de uma sequência de têxteis de luxo muito pouco conhecidos, que careciam de um estudo mais sistemáticos.

Apesar de ser específica sobre um reino, convém recordar que “Congo: Poder e Magnificência” realiza-se 21 anos depois da exposição “Escultura Angolana, memorial de culturas”, em 1994, comissariada por Marie Louise Bastin no Museu de Etnologia de Lisboa e há quatro anos desde que, em 2011, Christiane Falgayrettes-Leveau comissariou “Angola, figuras de poder” no Museu Dapper, em Paris.

Como sabemos, estas duas exposições tinham um objecto mais amplo, o de traçar um panorama da diversidade étnico e cultural e, por esta via, dignificar o país, enquanto “Congo: Poder e Magnificiência” cujo catálogo é distribuído pela Yale University Press, simplesmente dignifica o país exaltando um dos seus reinos mais gloriosos.

Não cabem dúvidas nenhumas de que os angolanos que visitarem a cidade de Nova Iorque neste período e poderem ver a exposição podem ficar orgulhosos e, em geral, o público vai redescobrir a história do Reino do Kongo a partir do seu esplendor.
Convêm fazer mais algumas considerações: por um lado, “Congo: Poder e Magnificência” acontece num momento em que, o mundo precisa saber mais sobre este reino e o Ministério da Cultura, com o empenho da ministra Rosa Cruz e Silva, através do seu projecto “Mbanza Kongo, uma cidade a desenterrar” tem estado a fazer ingentes esforços para inscrever Mbanza Kongo como Património Cultural da Humanidade. 

Por outro lado, se tivermos em conta o anúncio da Fundação Sindika Dokolo a propósito do restauro e apresentação de duas peças Mwana Pwo, no âmbito da III Trienal de Luanda, e todas as declarações do patrono daquela fundação, como por exemplo, na entrevista que deu a 9 de Julho ao Raphael Minder do “The New York Times”, a advogar o regresso às origens das peças e artefactos da arte clássica tradicional africana ao continente.

* Historiador e Crítico de Arte

jornal de angola

Acordo entre escritores angolanos e cabo-verdeanos

Um acordo de intenções que prevê maior intercâmbio cultural entre Angola e Cabo-Verde foi rubricado quarta-feira, em Luanda, entre a União dos Escritores a Angolanos (UEA) e a Academia Cabo-Verdeana de Letras.

O acordo visa estreitar o relacionamento entre as duas instituições, nomeadamente  na área literária, artística e científica, a divulgação das obras e dos feitos dos actores dos dois países, acolher membros das duas instituições para a realização de eventos culturais.
A realização de colóquios e palestras para maior conhecimento da cultura dos dois países, bem como a promoção de viagens conjuntas para países da comunidade de língua portuguesa para expandir as obras dos seus associados.
O secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), Carmo Neto, considerou uma mais-valia o acordo, pois permitirá adquirir livros de escritores cabo-verdeanos, bem como de angolanos neste arquipélago.
Carmo Neto informou que este acordo permitirá ainda aos  escritores divulgarem as suas obras nos dois países, para além da possibilidade do intercâmbio.
A UEA é a mais antiga organização cultural da era pós-independência de Angola. A data de fundação é 10 de Dezembro de 1975, sendo que foi proclamada pelo primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto.  
A Academia Cabo-verdeana de Letras é uma entidade que visa promover as línguas faladas em Cabo Verde, a cultura das ilhas, ao mesmo tempo que pretende valorizar e enriquecer o património literário cabo-verdeano.
Um dos objectivos da agremiação, para além de contribuir para o enriquecimento da literatura cabo-verdeana, é despertar nos jovens o interesse pela leitura e pela escrita.

A academia, ao contrário de uma associação, reúne apenas os escritores de "reconhecido mérito nacional" donos de obras com notoriedade, que já foram objecto de prémios nacionais e internacionais ou estudadas por investigadores nacionais e estrangeiros.

angop

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Exposição de pintura alusiva aos 40 anos de Independência de Angola


“Obras do Acervo Artístico da Colecção Ensa” é o título da exposição de artes plásticas a ser inaugurada amanhã, quinta-feira, 5, na casa de Cultura Brasil/Angola, em comemoração dos 40 anos da  independência nacional e os 37 de existência da empresa.


O evento vai juntar as obras premiadas das mais variadas edições do Prémio ENSA Arte, incluindo algumas que estiveram expostas em Veneza, Roma e Lisboa.
Para além da exposição serão também homenageadas algumas figuras que contribuíram significativamente para a Colecção ENSA Arte.
O Prémio Ensa Arte (voltado para as artes plásticas) é de âmbito nacional e com periodicidade bienal tem como destinatários jovens e conceituados criadores de obras de pintura e escultura que protagonizam as tendências estéticas destas duas modalidades.
Considerado uma referência no panorama das artes plásticas em Angola, o Prémio Ensa Arte foi instituído em 1991, altura em que começou o concurso Ensa de pintura, tendo a ideia surgido no ano anterior a partir de uma exposição de sete pintores angolanos: Viteix (primeiro artista premiado), Henrique Abranches, Augusto Ferreira, Jorge Gumbe, António Ole, Telmo Vaz Pereira e José Zan Andrade. Em 1996, com a entrada de mais uma disciplina (Escultura), o concurso passa a Prémio com a denominação Ensa-Arte, agregando as duas modalidades.
Com uma qualidade inquestionável a nível nacional, o Prémio Ensa-Arte ultrapassou fronteiras e chegou a uma das maiores montras de artes plásticas do mundo, a Bienal de Veneza.
À convite do Ministério da Cultura, 26 obras da Colecção Ensa Arte estiveram patentes na Bienal de Veneza, em 2013, contribuindo desta forma para que o Pavilhão de Angola fosse distinguido, dentre 88 países, com o mais importante prémio: o Leão de Ouro.

 angop

Universidade Eduardo Mondlane homenageia Manu Dibango

A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) homenageou esta segunda-feira, em Maputo, músico camaronês Manu Dibango.

Durante o evento Morreira Chonguiça agradeceu o contributo da UEM para a realização do more jazz series.
O reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Orlando Qulilambo explicou que Dibango é um verdadeiro conhecimento a ser capitalizado para os Estudantes.

Dibango, carinhosamente tratado por Leão de África, para além do seu impacto mundial, inspirou músicos moçambicanos como Chico António e Elsa Mangue. O músico não escondeu a sua emoção.

o pais

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Escritores africanos em conferência sobre Chinua Achebe

 

 

Sob lema “Vida e obra de Chinua Achebe”, realiza-se de 5 a 8 do corrente mês em Accra, Ghana, uma Conferência Internacional sobre Literatura Africana.


Os escritores angolanos David Capelenguela, Pombal Maria e Marta Santos representarão Angola na referida Conferência Internacional, uma organização da Associação Pana-Africana de Escritores e que contará com a participação de 300 escritores dos quatro cantos do globo.

De acordo com a Associação Pan-africana de Escritores, o encontro será o mais importante dos últimos tempos no continente.
Para além de debater a vida e obra de Achebe, a conferência vai abordar outros temas relacionados com a literatura africana.

Romancista, poeta, crítico literário, Chinua Achebe nasceu na Nigéria a 16 de Novembro de 1930 e morreu a 22 de Março de 2013. Escreveu cerca de 30 livros, alguns dos quais retratam a depreciação que o Ocidente faz sobre a cultura e a civilização africanas, bem como os efeitos da colonização do continente pelos europeus, mas também escreveu obras abertamente críticas à política nigeriana.

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