terça-feira, 26 de janeiro de 2016

El Anatsui expõe em Londres

 
O artista africano melhor cotado, o ghaneense El Anatsui vai expor de 4 de Fevereiro a 2 de Abril, novas obras na October Gallery, estabelecimento que o representa em Londres.

Vencedor do Leão de Ouro 2015 da Bienal de Veneza, El Anatsui trabalha em Nsukka, Nigéria com um “exército de pequenas mãos”, segundo afirma. Entre as obras criadas em 2015, e que estarão expostas na capital britânica, figuram a soberba Breaking News, assim como Rehearsal, Warrior, Hidden Numbers e Focus, todas realizadas com materiais metálicos retirados de garrafas de álcool ou de tampas revestidas de cobre.

jeune afrique

Festival Marrabenta em Maputo

 
O músico e guitarrista Jimmy Dludlu é a figura de cartaz da nona edição do Festival Marrabenta, que terá lugar nos dias 2 e 3 de Fevereiro próximo, que também servirá para homenagear o guitarrista e compositor Nanando.
O festival irá decorrer em quatro palcos da cidade e província de Maputo, nomeadamente Centro Cultural Franco-Moçambicano e Estação Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, no dia 2, Centro Cultural de Matalane e vila distrital de Marracuene, no dia 3. 
Para além da presença de Jimmy Dludlu, a outra particularidade da nona edição do Festival Marrabenta tem a ver com o regresso do agrupamento Mabulu, há muito retirado dos palcos.
Igualmente, farão parte do evento os músicos Stewart Sukuma, Alberto Mucheca, Gabriel Chiau, Xidiminguana, Dilon Djindji, Orquestra Djambo, os Galetons, Banda Nkuvu, Mozpipa, Team Sabawana, República do Pandza, entre outros. 
Segundo Paulo Sithoe, representante da produtora Laboratório de Ideias, organizadora do evento, o Festival Marrabenta serve não só para preservar este estilo musical, mas também para exaltar a cultura moçambicana.
Nesse sentido, acrescentou, “é importante que seja dado o devido valor e apoio aos nossos músicos, não só quando se trata de eventos deste género, mas também a título individual. Eles são os verdadeiros fazedores da nossa cultura”.
O Festival Marrabenta, que já vai na sua nona edição, conta com o alto patrocínio da operadora de telefonia Mcel-Moçambique Celular, que tem a cultura como uma das suas principais áreas de intervenção, a par da educação, desporto, entre outras. 
Por seu turno, Jimmy Dludlu prometeu brindar o público com um bom espectáculo, como já nos habituou, “e aproveitar a ocasião para prestar a devida homenagem a Nanando, guitarrista e compositor que perdeu a vida em 2010”. 

Jimmy Dludlu diz ter feito este pedido à organização quando foi convidado para fazer parte desta edição do Festival Marrabenta, que conta também com o patrocínio de várias instituições, de entre elas a empresa Caminhos de Ferro de Moçambique, Centro Cultural Franco-Moçambicano e a Agência Suíça para a Cooperação e Desenvolvimento.

Rádio Moçambique

Estação de comboio de Maputo na lista das mais belas do mundo



 
A beleza arquitetónica da Estacão Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, na cidade de Maputo, mereceu distinção da Finantial Express, publica­ção internacional sediada na Ín­dia.

Para aquela publicação, o monumento moçambicano figura no “ranking” das dez infra-estruturas do género mais belas de todo o mundo.
 A estação ferroviária de Maputo é uma obra secular concebida pelo arquitecto francês Gustave Eiffel, célebre por ser o criador de várias obras no mundo e que têm como traço comum o uso do ferro na sua execução. O artista ficou imortalizado e projectado pela famosa torre parisiense que leva o seu nome.
Em Moçambique, as obras de Gustave Eiffel não se ficam pela estação ferroviário que é também património da cidade de Maputo.
Também foi o francês que concebeu a Casa de Ferro, implantada nas proximidades do jardim botânico Tunduru e que funciona hoje uma direcção do Ministério da Cultura.
A Finantial Express incluiu a Estação Central numa lista restrita da qual fazem parte as estações de Antuérpia e Liége (Bélgica), London St. Pancras (Inglaterra), Terminal de Nova Iorque  (Estados Unidos), Kuala Lumpur (Malá­sia), Atocha, Madrid (Espanha), Kanazawa (Japão), e Flinders Street Station, Melbourne (Aus­trália).
A publicação considerou o traçado arquitectónico e o seu nível de conservação, para além do seu valor histórico. “A estação é um testamento da história do país”, destaca a publicação.
Igualmente faz referência as duas loco­motivas usadas no início do século XX que estão em exposição e os es­paços de cultura e lazer criados no interior, o que confere à estacão uma atmosfera muito peculiar, e onde se organizam exposições te­máticas e temporárias e concer­tos de jazz.
A Estação Central dos CFM foi inaugurada em Março de 1910, dois anos depois do início da sua construção. Contudo, a imponência com que se lhe conhece hoje só se verificaria a partir de 1916.
Hoje, para além de estação ferroviária por onde passam milhares de passageiros e mercadorias vindos ou indo para Maputo (também para os vizinhos Zimbabwe e África do Sul), é também um local de cultura.
Nela, vários eventos de carácter cultural e artístico têm sido promovidos, ao mesmo tempo que nacionais e estrangeiros tem oportunidade de tomar contacto com a história ferroviária do país no museu inaugurado no ano passado.
A infra-estrutura expõe também diverso material histórico desta companhia ferro portuária, bem como património sócio cultural e humano que retrata a vivência dos CFM.
Entre os materiais expostos destaca-se uma carruagem de madeira construída em 1911 e que pertenceu aos Caminhos de Ferro de São Tomé e Príncipe e que foi oferecida aos CFM em 1930, zorras usadas para a inspecção das primeiras linhas ferroviárias.
Estão igualmente expostos equipamentos como berbequins industriais, aparelhos de manobra nas linhas, carros de bombeiros, plantas de mapas das rotas exploradas pela empresa e dos corredores nacionais.
Uma das grandes atracções do museu dos CFM é a história da primeira ligação ferroviária entre o país e a vizinha África do Sul, a chamada ligação entre Lourenço Marques (Maputo) e Transvaal, datada de 1895.
Foi a entrada em funcionamento desta linha que possibilitou provar a importância de Moçambique como provedor de serviços de trânsito de mercadorias de e para os países do hinterland, tal como vem acontecendo na actualidade.
Esta igualmente patente a história da empresa que, graças a sua evolução, surgiram grandes companhias que contribuíram para o crescimento do país, tal é o caso da Camionagem Rodoviária e da Direcção de Exploração de Transportes Aéreos (DETA), substituída pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
O Museu tem uma programação activa, com exposições temporárias, animação cultural, debates e várias acções dos serviços educativos, vocacionados para as escolas e o público infanto-juvenil.
Para além disso, o público poderá visitar uma exposição permanente, que tem uma extensa cronologia desde o seculo XIX até aos dias de hoje. O pós-independência tem destaque com um contexto histórico, a evolução dos tráfegos ferroviários e dos portos moçambicanos, os corredores de Maputo, Beira e Nacala, e a transformação da empresa, na última década do século passado.

jornal domingo


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Cabo-verdiana lança primeiro disco aos 84 anos


Brasiliana da Cruz, 84 anos, conhecida no mundo artístico por D. Ana, natural de Ribeira Bote (São Vicente) lançará brevemente no mercado o seu primeiro álbum discográfico intitulado "Nhe grande amor", o que torna este lançamento um feito inédito na música de Cabo Verde.

John Euclides, o produtor do disco, confessa que, além do talento de D. Ana, o que mais o motivou neste projecto foi a idade da cantora. “Ela tem uma linda voz para interpretar músicas de Cabo Verde, com destaque para a morna. Assisti muitos concertos seus em Paris e foi muito interessante”, diz John Euclides. Ele só lamenta que a artista tenha permanecido tanto tempo no anonimato.
Além de produtor, John Euclides surge no disco de D. Ana como compositor. Ele é o autor de quatro das oito faixas do álbum, todas elas coladeiras. O alinhamento do CD inclui ainda quatro mornas de autores desconhecidos, diz John Euclides.
"Existem várias músicas em Cabo Verde que nunca foram registadas e ninguém sabe realmente quem são os verdadeiros donos. Para evitar que apareça alguém a reivindicar a autoria dessas músicas fiz questão de procurar a autoridade que se ocupa da protecção dos direitos do autor em Paris e consegui a autorização para produzir o disco", revela o produtor, que tem também a seu cargo a distribuição no mercado nacional.

Dois mil exemplares vão ser colocados à venda em breve, já que as lojas da especialidade estão identificadas. John Euclides acredita que o público cabo-verdiano acolherá bem o disco de estreia de D. Ana e, na sequência, surgirão convites para esta emigrante octagenária pisar os palcos da sua terra natal.

asemana

domingo, 17 de janeiro de 2016

Filmes angolanos, guineenses e moçambicanos exibidos na Alemanha


Filmes angolanos, guineenses e moçambicanos estão a ser exibidos no ciclo de cinema sobre o colonialismo português em África e os anos após o fim da luta de libertação nacional que se realiza na cidade alemã de Saarbruecken.  
O filme “Tabu” de Miguel Gomes abriu na quarta-feira a mostra que continua a 27 de Janeiro com a exibição de “Na Cidade Vazia” de Maria João Ganga.
Em Fevereiro, o ciclo de cinema exibe a primeira longa-metragem moçambicana “O Tempo dos Leopardos” no dia 4, “Nha Fala” de Flora Gomes no dia 10 e “Juventude em Marcha” de Pedro Costa a 17.
O ciclo a decorrer até 17 de Fevereiro e que inclui também produções cinematográficas de Portugal pretende apresentar um olhar crítico relativamente à colonização portuguesa em África e ilustrar a conquista da independência pelas antigas colónias.  
“Portugal tem uma visão demasiada egocêntrica relativamente ao colonialismo e ainda estamos bastante longe de uma abordagem autocrítica daquilo que foi o colonialismo português. Esta falta de abordagem autocrítica tem muito a ver com uma certa falta de interesse por aquilo que aconteceu nos países africanos”, explicou Teresa Pinheiro, responsável pela organização da mostra e professora convidada da Universidade de Saarlandes, citada pela LUSA. 
Além da conquista da independência pelos países africanos, a docente focou-se em temas como o racismo, a guerra civil, os retornados e os imigrantes africanos em Portugal na escolha das películas.
Teresa Pinheiro fez questão de incluir filmes de realizadores portugueses que tenham vivido numa era pós-regime, possibilitando uma “abordagem ao colonialismo e a ditadura em Portugal um pouco mais livre, diferente das gerações que o viveram na época”.
A docente deu o exemplo dos retornados que têm muito mais tendência em vitimizar o seu papel na História do que uma pessoa que já viveu na época pós-colonialismo.

Teresa Pinheiro referiu ainda que a imigração africana em Portugal é um tema “pouco abordado pelo cinema português”, considerando importante falar de “uma situação social com a qual fomos confrontados na época da descolonização porque são pessoas que foram esquecidas pela História e que tiveram de conquistar os seus direitos fundamentais”.

Monangamba por três poetas angolanos


Os amantes da história política e sócio-cultural de Angola têm desde o final do ano passado a sua disposição uma nova obra de carácter científico-literária que aborda a figura histórica do Monagamba.
termo que tem origem na língua Kimbundu, cujos falantes são do grupo etnolinguístico Ambundu, significa servente ou filho do escravo.
O livro, “Abordagens da figura do Monangamba por três poetas da geração da Mensagem”, é da autoria de Hermegildo Seca, Licenciado em Língua Portuguesa, pelo Instituto Superior de Ciências da Educação, da Universidade Agostinho Neto.
O autor que teve como ponto de partida a análise de alguns textos literários de António Agostinho Neto, poeta e nacionalista (Primeiro Presidente de Angola), António Jacinto, escritor e nacionalista e Mário Pinto de Andrade fundador do Movimento Popular de Libertação de Angola, partido que proclamou a independênia de Angola e que governa o país até a presente data.
Hermegildo Seca aborda a figura do Monangamba (filho do servente ou do escravo) numa perspetiva económica, histórica, política e literária a julgar pelas circunstâncias em que o termo foi usado, para denunciar a opressão colonial e exigir a independência de território angolano.
Em “Abordagens da figura do Monangamba por três poetas da geração da Mensagem” Hermenegildo Seca analisa de forma aturada os poemas escritos por Agostinho Neto, António Jacinto e textos da autoria de Mário Pinto de Andrade por serem os escritores que mais se destacaram  na utilização do termo.
 O objectivo, de acordo com Hermenegildo Seca, é inferir da escrita criativa a dimensão histórica e política do uso do termo emprestado da língua nacional Kimbundu.
Para o autor, o termo Monangamba nas obras literárias de Agostinho Neto, António Jacinto e Mário de Andrade teve uma intenção mais do que política, cultural, com o objectivo também de afirmar a identidade nacional e reivindicar contra a situação por que passava o povo angolano, na altura sob o domínio colonial, oprimido e sem liberdade.           
“É uma forma dos próprios escritores mostrarem a sua identidade como angolanos. Usar palavras Bantu é uma forma de eles mostrarem que são de Angola e que estão relacionados com a cultura Ambundu”, disse.
A obra “Abordagens da figura do Monangamba por três poetas da geração da Mensagem” foi publicada em Dezembro do ano passado.

 voa

domingo, 10 de janeiro de 2016

Encanto a partir da palha em Maputo

 
Na avenida da marginal, nas bermas da praia da Costa de Sol, em Maputo, encontra-se um grupo de homens que, há décadas, se dedica ao artesanato. Trata-se de cerca de 50 artesãos que com simples ferros e palhas fazem verdadeiras obras de arte, capazes de encantar qualquer alma com bom gosto.
Vasos, cestos, malas, cómodas, cadeiras, mesas, guarda-fatos, estantes, camas e candeeiros, são alguns dos objectos produzidos por aqueles artesãos que se dedicam a arte de esculpir a palha.
Muitos, hoje verdadeiros pais de família, começaram a trabalhar a palha ainda em tenra idade e nunca experimentaram actividades diferentes desta. Segundo contam, não foi por falta de opção. Foi sim pelo amor do resultado que obtêm a cada final de um trabalho.
Para preparar aqueles utensílios os artesãos chegam a levar um a sete dias, dependendo da complexidade do produto. “Coisas como candeeiros, cestos para cabazes levam menos tempo em relação a mesas que saem com cadeiras, pois são mais complexos”, disse ao jornal domingo de Maputo um dos artesãos, Mário João Sitoe.  
Mário João Sitoe, 45 anos de idade, começou esta actividade nos anos 80. O seu cunhado, esposo da irmã, foi o responsável pela paixão que invadiu o seu coração. Actualmente é pai de família e garante: é daqui que vem o meu pão de cada dia.
Em conversa com o domingo, referiu que no início trabalhavam em casa e só posteriormente deslocaram-se à praça do destacamento feminino. No entanto, no ano de 2001, foram transferidos, pelo conselho municipal, para o espaço que actualmente ocupam.
Em 2010 organizaram-se em grupo e fundaram a Associação Artesanato de Palha. Entretanto, antes desta, tinham um grupo o qual designavam Cooperativa. Segundo a nossa fonte, “a Cooperativa era na verdade uma espécie de associação criada por volta dos anos 80. A sede situava-se no bairro da Polana Caniço”.
No início, apenas 10 indivíduos faziam parte da Cooperativa e só anos mais tarde o número de membros aumentou. “Actualmente a associação está com cerca de 50 membros”, disse.
Questionado sobre como está a venda das mobílias por eles produzidas, referiu que actualmente as coisas já não vão de vento em pompa como antigamente, é que “esta actividade já não é muito rentável. Agora, sobretudo neste ano, produzimos muito mas os clientes estão escassos”,afirmou.  
Acrescentou que a estas alturas do ano (antes do fim do ano), por exemplo, era suposto estarmos a receber muitas pessoas à procura de cestinhos de cabazes mas isso não está a acontecer. Está tudo parado.
PAIXÃO PELO TRABALHO
Os artesãos precisam de dois materiais essenciais para preparar as mobílias. Trata-se da palha e do ferro. O primeiro item é para os acabamentos e embelezamento dos produtos e o último é responsável pela forma.
O mercado do Xipamanine é o local onde adquirem a palha vindo principalmente da Província de Inhambane e da Ponta do Ouro, província do Maputo. Já o ferro é adquirido nas diferentes ferragens da cidade de Maputo.
De acordo com o artesão, uma vez adquiridos os ferros são levados, com os respectivos modelos, para os serralheiros. O nosso trabalho é muito apaixonante. Antes de fazer as mobílias criamos os esqueletos de modo que possamos por fim decorá-las com palhas. Muitas vezes temos de coordenar com serralheiros.

Refira-se que os clientes da associação são de diferentes partes do país e não só. No entanto, actualmente, os que mais compram os produtos são cidadãos moçambicanos, quando no passado os maiores clientes eram estrangeiros.

jornal domingo de maputo

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Livros didácticos sobre kimbundu

 

Um conjunto de livros didácticos sobre a língua Kimbundu, designadamente  “Gramática” de kimbundu, “Ensino dos Verbos Maloge ma Madyambu” e “Diccionário Kimbundu-Português e Português-Kimbundu” são apresentados em breve, em Caxito,  disse à Angop o autor, YaNguene Neto..

Na opinião do autor as obras constituem uma ferramenta para a população e para os estudantes do curso de história, na superação de algumas lacunas e expressões na língua Kimbundu utilizadas no dia-a-dia.
Explicou que as obras ajudarão os falantes da referida língua nacional, a melhorar as regras gramaticais, a fonética e ortografia da língua nacional Kimbundu, tendo-as considerado um contributo na valorização e preservação desta.

Para além destas obras produzidos pela editora “Canée Comercial”, Ya Nguene (pseudónimo literário de Carvalho Neto) tem no mercado duas obras literárias: "Adágios meus" e “Peleja a Paz.

angop