O Grande Prémio da
Francofonia da Academia Francesa 2015 foi atribuído a senegalesa Aminata Sow Fall,
grande senhora das letras africanas, autora de uma dezena de romances e
novelas, entre os quais o romance mais conhecido “La grève des bàttu”, pré selecionado
para o Goncourt 1979.
O Grande Prémio da
Francofonia distingue anualmente a obra de um autor francófono que tenha contribuído
de forma eminente para o desenvolvimento da língua francesa
Natural de Saint Louis, Senegal,
(1941), Aminata entrou para a literatura tardiamente, aquando do seu regresso a
terra Natal, depois de uma longa vivência em França, onde estudou.
Em paralelo com uma
carreira exigente na função pública, a escritora publica, em 1976, o seu
primeiro livro “Le Revenant” (O Fantasma), um romance didático no qual denuncia
a ambição pelo lucro dos seus conterrâneos, a corrupção assim como a traição
dos valores familiares, de solidariedade e de compreensão.
Com o seu segundo título,
“La grève du Bàttu”(A greve dos battu), editado três anos mais tarde, a autora
se tornou conhecida do grande público. Esse romance que traduz uma grande
maturidade de análise e narração, conta a partir de factos reais a revolta dos
mendigos de Dakar. Estes entram em greve paralisando as vias e demonstrando a
sua utilidade social às autoridades que os tratam como párias da sociedade.
Hoje um clássico da
literatura francófona, a obra está traduzida numa dezena de línguas e foi
adaptada para cinema pelo maliano Cheikh Omar Sissoko no filme com o título
Bàttu, que em wolof significa a pequena tigela usada pelos mendigos para recolher as esmolas.
Escritora, activista.
Aminata Sow Fall aborda também na sua ficção a alienação social, a ditadura, a
mestiçagem, a crise económica e a imigração, baseada na realidade.
A autora de "La Grève des bàttu" é também uma das
primeiras mulheres escritoras da África francófona. No entanto, Aminata Sow Fall
nunca foi apresentada como uma romancista feminista obcecada com as questões de
poligamia ou de patriarcado.
A problemática da condição feminina está presente na sua
ficção, mas a romancista também fala de homens, dos poderosos e dos pobres, as derivas
sociais e religiosas. E para além da força das temáticas, os livros de Aminata
Sow Fall reflectem a modernidade da escrita, que às vezes se inspira nas formas
tradicionais de escrita, como no romance a jujuba do patriarca "Le
Jujubier du patriarche", onde por trás das realidades da sociedade moderna
ressoa a canção épica de antigos heróis.
Aos 74 anos de idade, Aminata Sow Fall é uma das mais antigas escritoras senegaleses, sem dúvida, uma das escritoras mais dinâmicas e mais inventivas do continente negro. Entre os seus títulos destacam-se, “Ken Bugul”, “Sylvie Kande”, “Boubacar Boris Diop”, “Fatou Diome”, “Cheikh Hamidou” “Kane Hamidou Dia”.
Aos 74 anos de idade, Aminata Sow Fall é uma das mais antigas escritoras senegaleses, sem dúvida, uma das escritoras mais dinâmicas e mais inventivas do continente negro. Entre os seus títulos destacam-se, “Ken Bugul”, “Sylvie Kande”, “Boubacar Boris Diop”, “Fatou Diome”, “Cheikh Hamidou” “Kane Hamidou Dia”.
rfi
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