O Arquivo Nacional de
Cabo Verde (ANCV) está a ultimar os preparativos para a maior exposição de
sempre sobre a história do país, iniciativa enquadrada no 40.º aniversário da
independência do arquipélago que abre na quinta-feira.
Em declarações à agência
Lusa, os dois “curadores” da exposição, Ana Mafalda Moreira e José Silva Évora,
responsáveis do ANCV, adiantaram que a mostra documental e fotográfica, tem uma
natureza temporária e itinerante, que esperam que leve, até ao fim das celebrações,
a 18 de Outubro, aos 22 concelhos do país.
“Na vida das nações há
marcos indeléveis do seu percurso. A independência constitui um deles”, disse
Ana Mafalda Moreira, explicando que a exposição integra 16 painéis,
subordinados a nove secções temáticas, e que contará com centenas de
fotografias e dezenas de pequenos filmes e música.
No dia da inauguração,
os funcionários do Arquivo Histórico cabo-verdiano estarão trajados a rigor,
com roupas e vestes tradicionais utilizadas no arquipélago desde 1918 até 1975,
acrescentou Ana Mafalda Moreira.
Os temas, sublinhou José
Silva Évora, são nove – “A Madrugada da Independência”, “A Proclamação da
Independência de Cabo Verde”, “Marcos dos Primeiros Anos da Independência
(1975/90)”, “Cabo Verde de 1991 à Actualidade”, “Os 40 Anos da Filatelia e
Numismática em Cabo Verde” e “A Cultura do Cabo Verde Independente: A Voz da
Imprensa”.
O rol das secções
temáticas conclui-se com “Cabo Verde, Nha Amor, Nha Fé, Nha Luta: 40 Grandes
momentos do Pós-Independência”, que abarca aspectos políticos, religiosos,
desportivos e culturais, entre outros, e “Imagens do Cabo Verde Hoje”, com
fotografias de todas as ilhas, as “sete maravilhas” do arquipélago e as grandes
obras.
No primeiro tema, serão
mostrados e explicados os Acordos de Argel, que levaram à independência, o
início do processo de negociações, a última fase das negociações e a posse do
Governo de transição, a 31 de Dezembro de 1974.
A segunda secção dará
conta da campanha internacional para a angariação de ajuda económica, as
eleições para a Assembleia Nacional (30 de Junho de 1975) e a primeira sessão
da Assembleia constituinte, que elegeu os presidentes da República, Aristides
Pereira, e da Assembleia Nacional, Abílio Duarte, como também o
Primeiro-ministro, Pedro Pires.
Na mesma secção será
também apresentado, em imagens e com texto, o acto solene da proclamação da
República e a lista de países que reconheceram imediatamente o novo Estado.
Na terceira secção
constará o primeiro Governo do Cabo Verde independente, a instituição dos
símbolos nacionais e as instituições e organizações de massas que marcaram os
primeiros anos de vida do país, como os delegados do Executivo (presidentes de
câmara), tribunais populares e milícias populares, entre outras.
A abertura política
marcada pelas eleições, o novo hino, a bandeira, a fase económica, sobretudo
com as privatizações, constam do quarto painel, enquanto o quinto é dedicado
exclusivamente aos selos e moedas que foram lançados no país desde 1975, e o
sexto dedicado à música e literatura, com uma listagem exaustiva das obras e
autores cabo-verdianos.
O percurso dos jornais,
rádio e televisão em Cabo Verde constituem o teor do sétimo painel, que dedica
também uma secção especial à censura de que foi alvo o jornal de inspiração
cristã, Terra Nova, por parte das primeiras autoridades cabo-verdianas.
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