quinta-feira, 4 de junho de 2015

Moçambique homenageia Paulina Chiziane

 
Uma das figuras mais importantes das artes e cultura em Moçambique, a escritora Paulina Chiziane foi homenageada, esta quinta-feira, 4, em Maputo por ocasião do seu 60.º aniversário natalício e 25 anos de carreira. Sob o signo “África, Liberta-te: Uma vida, uma obra, um projecto”, a cerimónia foi organizada pelo grupo Soico, representado ao seu mais alto nível.
Silva Dunduro, ministro moçambicano da Cultura e Turismo, referiu-se a que “Paulina Chiziane como  uma das figuras mais importantes das artes e cultura de Moçambique. Ela é uma criadora especial que queremos que continue a costurar através da sua escrita. Que continue a levar-nos a essa viagem de regresso às raízes. O Governo de Moçambique encoraja este tipo de iniciativas, especialmente por estas celebrações dos  40 anos da nossa Independência”.
Para aquele governante, é importante que a autora do “Sétimo Juramento” siga sempre em frente, “que a Paulina escreva mais do que já fez sobre África. Que escreva mais sobre outras abordagens, caso do “Kutxinga” e “Pita Khufa”, e que façam parte da nossa história”.
Quando a escritora foi convidada a usar da palavra, surpreendeu a plateia, fazendo-o sob forma de canto com  pano de fundo sobre a escravidão. “Estou aqui na América chorando de dor oh, mamã África”, dizia o refrão da canção de Paulina Chiziane. Quando questionada sobre esse refrão, justificou: “Nós temos uma segunda África na América. E não podemos falar de uma África sem a América. E eles têm muito a devolver a África”.
No final da cerimónia, como era de esperar, Paulina teve de “aguentar” uma romaria interminável de beijos, flores e abraços apertados dos seus admiradores, familiares e pessoas simples que queriam dizer “khanimambu”.  
A homenagem teve um momento musical com artistas de renome casos de Stewart Sukuma, Che Wagune, Xixel Langa e com muito som da timbila.
A escritora moçambicana Paulina Chiziane nasceu a 4 de Junho de 1955, em Manjacaze, província de Gaza, e cresceu nos subúrbios da cidade de Maputo, onde fez os seus estudos. Frequentou o curso de Linguística na Universidade Eduardo Mondlane sem ter, porém, concluído. Iniciou a sua actividade literária em 1984.
Com o seu primeiro livro, Balada de Amor ao Vento, editado pela autora em 1990, tornou-se a primeira mulher moçambicana a publicar um romance. Ventos do Apocalipse (1993), O Sétimo Juramento (2000) e NiketcheUma História de Poligamia (2002), O Alegre Canto da Perdiz(2008) são romances da autora.

Ganhou, em parceria com Mia Couto, o prestigiado prémio José Craveirinha pelo livro “Niketche”. A autora tem livros publicados em Moçambique, Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra, Estados Unidos, Cuba e Brasil.

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