Uma das figuras mais importantes das
artes e cultura em Moçambique, a escritora Paulina Chiziane foi homenageada,
esta quinta-feira, 4, em Maputo por ocasião do seu 60.º aniversário natalício e
25 anos de carreira. Sob o signo “África, Liberta-te: Uma vida, uma obra, um
projecto”, a cerimónia foi organizada pelo grupo Soico, representado ao seu
mais alto nível.
Silva Dunduro, ministro moçambicano da
Cultura e Turismo, referiu-se a que “Paulina Chiziane como uma das figuras mais importantes das artes e
cultura de Moçambique. Ela é uma criadora especial que queremos que continue a
costurar através da sua escrita. Que continue a levar-nos a essa viagem de
regresso às raízes. O Governo de Moçambique encoraja este tipo de iniciativas,
especialmente por estas celebrações dos 40 anos da nossa Independência”.
Para aquele governante, é importante
que a autora do “Sétimo Juramento” siga sempre em frente, “que a Paulina
escreva mais do que já fez sobre África. Que escreva mais sobre outras
abordagens, caso do “Kutxinga” e “Pita Khufa”, e que façam parte da nossa história”.
Quando a escritora foi convidada a
usar da palavra, surpreendeu a plateia, fazendo-o sob forma de canto com
pano de fundo sobre a escravidão. “Estou aqui na América chorando de dor
oh, mamã África”, dizia o refrão da canção de Paulina Chiziane. Quando
questionada sobre esse refrão, justificou: “Nós temos uma segunda África na
América. E não podemos falar de uma África sem a América. E eles têm muito a
devolver a África”.
No final da cerimónia, como era de
esperar, Paulina teve de “aguentar” uma romaria interminável de beijos, flores
e abraços apertados dos seus admiradores, familiares e pessoas simples que
queriam dizer “khanimambu”.
A homenagem teve um momento musical
com artistas de renome casos de Stewart Sukuma, Che Wagune, Xixel Langa e com
muito som da timbila.
A escritora moçambicana Paulina
Chiziane nasceu a 4 de Junho de 1955, em Manjacaze, província de Gaza, e
cresceu nos subúrbios da cidade de Maputo, onde fez os seus estudos. Frequentou
o curso de Linguística na Universidade Eduardo Mondlane sem ter, porém,
concluído. Iniciou a sua actividade literária em 1984.
Com o seu primeiro livro, Balada
de Amor ao Vento, editado pela autora em 1990, tornou-se a primeira mulher
moçambicana a publicar um romance. Ventos do Apocalipse (1993), O
Sétimo Juramento (2000) e Niketche: Uma História
de Poligamia (2002), O Alegre Canto da Perdiz(2008) são
romances da autora.
Ganhou, em parceria com Mia Couto, o
prestigiado prémio José Craveirinha pelo livro “Niketche”. A autora tem livros
publicados em Moçambique, Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra,
Estados Unidos, Cuba e Brasil.
jornal notícias de maputo
jornal notícias de maputo
Sem comentários:
Enviar um comentário