Samuel Dabula, o
primeiro locutor negro na história da Rádio Moçambique foi homenageado hoje no
estúdio auditório daquela estação emissora, por sinal a mais antiga e que este
ano celebra 40 anos da sua criação.
A homenagem é pelo
reconhecimento aos feitos de Samuel Dabula, o único moçambicano a fazer locução
na era colonial, quando na Rádio Moçambique (RM) vigorava questões rácicas para
admissão a alguns postos de trabalho.
A cerimónia de homenagem
a este grande locutor, que perdeu a vida em 1978, foi testemunhada por algumas
individualidades como os antigos Chefes de Estado, Joaquim Chissano e Armando
Guebuza.
Nascido a 23 de Maio de
1915, Samuel Dabula apresentou o programa “hora nativa”, foi professor e um dos
fundadores do Centro Associativo dos Negros, antes designado por Instituto
Negrófilo, foi também animador cultural e fundador do conjunto Djambo.
Depois de se formar na
Escola de Habilitação de Professores Indígenas, em Alvor, na Manhiça, Samuel
Dabula trabalhou, no ano de 1943, no Centro Associativo dos Negros da Colónia
de Moçambique, como professor ministrando aulas do ensino primário.
Na arena musical, Samuel
Dabula foi um dos fundadores da orquestra denominada “Djambo” que fez furor
desde os anos 50. Esse grupo abrilhantava bailes, tardes dançantes e
casamentos. Samuel Dabula actuava no programa radiofónico da então Rádio Clube
de Moçambique, denominado “África à Noite” que era apresentado pelo locutor
José Mendonça.
Na qualidade de locutor
da RM, produziu e apresentou vários programas radiofónicos de âmbito educativo
e recreativo, sendo de destacar o programa “Keti Keti”, pelo impacto e grande
popularidade que ganhou.
O programa realizava-se
nos salões do Centro Associativo dos Negros de Moçambique e era abrilhantado
musicalmente pela Orquestra Djambo. Era um programa de entretenimento que
buscava e divulgava os novos talentos no canto, dança e música.
Samuel Dabula faleceu no
dia 17 de Junho de 1978 e deixou a sua marca em diferentes áreas, desde o
ensino, passando pelo nacionalismo, arte e cultura, e deixou de forma indelével
a sua marca na comunicação social. Em reconhecimento dos seus feitos, o
Município de Maputo também, atribuiu o seu nome a uma rua da capital
moçambicana.
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