sábado, 23 de maio de 2015

Artes moçambicanas na Bienal de Veneza



Diversas manifestações artístico-culturais moçambicanas estão patentes desde a primeira semana de Maio na 56.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza 2015, mais conhecida como Bienal de Veneza, na Itália.
Trata-se de um evento que terá a duração de seis meses e decorre naquela cidade italiana envolvendo diversos países do mundo sob o lema “Todos no Futuro do Mundo”, em Inglês “All The World’s Future”.
Moçambique participa nesta mostra com o tema “Coexistência da Tradição e Modernidade no Moçambique de Hoje” nos domínios de arte, literatura, música, dança, artesanato, fotografia, cinema, indumentária, entre outras expressões artísticas.
A exposição incorpora igualmente elementos de produção cultural, tais como pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, cerâmica, máscaras e estatuetas usados para expressar a identidade cultural, a beleza e o nível social de vida das comunidades.
Na literatura, por exemplo, estão patentes obras de escritores nacionais como José Craveirinha, Luís Bernardo Honwana, Mia Couto, Paulina Chiziane, Calane da Silva, Ungulani Ba Khosa, Hélder Muteia, Pedro Chissano, Aldino Muianga, Eduardo White, Armando Artur, Marcelo Panguana, Juvenal Bucuane, Sangare Okapi, Aurélio Furdela e Rogério Manjate.
A exposição faz alusão a um dos estilos musicais conhecidos no país, a marrabenta criado, segundo reza a história, na década de 1940, influenciada pela execução da guitarra convencional em ritmos tradicionais, tendo encontrado a sua popularização nas vozes mais conhecidas de Fanny Mpfumo, Dilon Djindji, Alexandre Langa, Jaimito Mahlathini, Wazimbo, cujos trabalhos podem ser encontrados no pavilhão nacional.
Para além destes músicos, estão igualmente expostas músicas de artistas como Hortêncio Langa, o grupo Ghorwane, as cantoras Elsa Mangue, Gueguê, Stewart Sukuma, Neyma, Anita Macuácua, entre outros.
Em relação às artes plásticas foram expostas obras de artistas como Bertina Lopes, Celestino Tomás, Alberto Chissano, Constantino Mpakule, Estêvão Mucavele, Estêvão Nhacumbine, Fermando Machiana, Gonçalo Mabunda, Ídasse, Jorge Nhaca, Langa, Malangatana, Mankew, Miguel Valingue, Mudaulane, Naftal Langa, Naguib, Paulo Comé, Rafael Katunga, Samate Mulungo, Sansão Cossa, Shikhani, Udondo Ausiwakii, Venâncio Mbhande e Zé Júlio.
Quanto à dança moçambicana, a exposição destaca o Nyau, uma expressão cultural mágico-religiosa da província de Tete, o mapiko, dança mágico-religiosa originária de Cabo Delgado, o tufu, de Nampula e Cabo Delgado, o masseve do Niassa, xigubo originária da região sul do país, entre outras.
Nas artes cénicas a mostra carrega consigo elementos de referência que conduziram o país à independência nacional celebrada em 1975, com uma linguagem teatral desenvolvida que culminou com a criação de grupos profissionais como o Mutumbela Gogo, Gungu, Teatro do Oprimido e Lareira Artes.
Com os trabalhos de cineastas como Licínio de Azevedo, Sol de Carvalho, Camilo de Sousa, Isabel Noronha, Gabriel Mondlane, João Ribeiro, a exposição testemunha que a cinematografia moçambicana continua a ser influenciada por factores de dimensão estética, cultural, histórica, política e ideológica, criando espaços para acomodar os valores de uma nação onde prevalece a solidariedade e a unidade nacional.
Dois jovens artistas moçambicanos estão a representar o país com as obras patentes no Pavilhão Central da Bienal, onde participa um total de 136 artistas de vários cantos do mundo. Trata-se do fotógrafo Mário com a colecção de fotografias a preto e branco, expressiva na óptica fotógrafo a forma como Deus se comunica à humanidade e a obra do escultor Gonçalo Mabunda, resultantes da transformação das armas usadas para ostentarem um valor estético.
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