segunda-feira, 4 de maio de 2015

Assimilar cultura do outro

 
Há quem diga que viajar é “procurar conhecer o outro”. É estar disponível para compreender a cultura do outro e captar os pontos positivos para assimilá-los na sua cultura. É o caso desta mulher ( na imagem) aparentemente europeia, que está a “pilotar” uma cozinha típica africana, que, segundo referências a que tivemos acesso, aconteceu algures na Zambézia.
Ela está delicadamente sentada num banquinho a preparar “xima” de mandioca, (funji de bombo) de uma certa elasticidade, tida como muito “complicada” na sua preparação.
Pelos vistos, esta mulher despiu os seus medos e tabus e lá se pôs a confeccionar este prato típico da gastronomia das regiões centro e norte do país. Um gesto interessante, afinal ao invés de desdenhar, ela aceitou o desafio de aprender, e como “saber não ocupa lugar”, certamente ela saiu a ganhar.
Nisto de cultura há quem também diga que numa cerimónia de casamento ou de missa não poderá faltar o tradicional “maheu” (uma bebida caseira confeccionada com base na farinha de milho). É só ver estas duas mulheres atarefadas com a preparação, tudo indica que se depender de fogo o “maheu” não irá falhar, a julgar pela quantidade de lenha ao seu dispor…
E um outro gesto a apreciar é da dupla de mulheres empenhadas na produção de blocos. Elas não têm preguiça de “phandar”, pois querem ganhar a vida de forma justa com o suor do seu trabalho.
Falando ainda de mulheres, afinal elas começam em tenra idade a transportar nos ombros as responsabilidades da casa. Basta ver esta criança que cuida de uma outra ao colo, com o carinho e atenção de uma pessoa adulta.
E nisto de crianças há comunidades nos bairros periféricos que aproveitam o tempo fora da escola para trazer a terreiro tipos de jogos que estão ficando em desuso em benefício dos vídeos-games e outros artefactos infantis da modernidade.
Muitas vezes a pequenada aproveita todas as ocasiões para brincar, até mesmo em roturas de tubagem em que há desperdício do precioso líquido.

Afinal, nem tudo foi mau no “show” do Festival de Zouk no campo do Maxaquene, em Maputo... tirando a parte organizativa, o desempenho dos artistas em palco foi de grande nível, como é o caso dos Kassav através dos seus embondeiros, que demonstraram claramente que uma vez “rei” sempre rei. Um rei que se preza não deixa o seu trono em mãos alheias, mesmo até quando a idade não perdoa.

F. Albino Moisés
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