Há quem diga que viajar
é “procurar conhecer o outro”. É estar disponível para compreender a cultura do
outro e captar os pontos positivos para assimilá-los na sua cultura. É o caso
desta mulher ( na imagem) aparentemente europeia, que está a “pilotar” uma
cozinha típica africana, que, segundo referências a que tivemos acesso,
aconteceu algures na Zambézia.
Ela está delicadamente
sentada num banquinho a preparar “xima” de mandioca, (funji de bombo) de uma
certa elasticidade, tida como muito “complicada” na sua preparação.
Pelos vistos, esta
mulher despiu os seus medos e tabus e lá se pôs a confeccionar este prato
típico da gastronomia das regiões centro e norte do país. Um gesto
interessante, afinal ao invés de desdenhar, ela aceitou o desafio de aprender,
e como “saber não ocupa lugar”, certamente ela saiu a ganhar.
Nisto de cultura há quem
também diga que numa cerimónia de casamento ou de missa não poderá faltar o
tradicional “maheu” (uma bebida caseira confeccionada com base na farinha de
milho). É só ver estas duas mulheres atarefadas com a preparação, tudo indica
que se depender de fogo o “maheu” não irá falhar, a julgar pela quantidade de
lenha ao seu dispor…
E um outro gesto a
apreciar é da dupla de mulheres empenhadas na produção de blocos. Elas não têm
preguiça de “phandar”, pois querem ganhar a vida de forma justa com o suor do
seu trabalho.
Falando ainda de
mulheres, afinal elas começam em tenra idade a transportar nos ombros as
responsabilidades da casa. Basta ver esta criança que cuida de uma outra ao
colo, com o carinho e atenção de uma pessoa adulta.
E nisto de crianças há
comunidades nos bairros periféricos que aproveitam o tempo fora da escola para
trazer a terreiro tipos de jogos que estão ficando em desuso em benefício dos
vídeos-games e outros artefactos infantis da modernidade.
Muitas vezes a pequenada
aproveita todas as ocasiões para brincar, até mesmo em roturas de tubagem em
que há desperdício do precioso líquido.
Afinal, nem tudo foi mau
no “show” do Festival de Zouk no campo do Maxaquene, em Maputo... tirando a
parte organizativa, o desempenho dos artistas em palco foi de grande nível,
como é o caso dos Kassav através dos seus embondeiros, que demonstraram
claramente que uma vez “rei” sempre rei. Um rei que se preza não deixa o seu
trono em mãos alheias, mesmo até quando a idade não perdoa.
F. Albino Moisés
F. Albino Moisés
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