O Governo moçambicano
aprovou uma resolução que autoriza a criação da Fundação José
Craveirinha, em homenagem ao malogrado poeta com mesmo nome, como pessoa
colectiva com personalidade jurídica.
A fundação é reconhecida
como pessoa colectiva, sem fins lucrativos, que tem por finalidade realizar,
promover e patrocinar acções de carácter cultural, científico educativo nos
domínios literatura, desporto, educação.
O anúncio da criação da
Fundação José Craveirinha, Prémio Camões em 1991, foi feito pelo porta-voz do
Governo e vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saíde, depois da 42.ª sessão
ordinária do Conselho de Ministros, em Maputo.
“O Governo aprovou a
resolução que reconhece à Fundação José Craveirinha a qualidade de sujeito de
direito com responsabilidade jurídica”, disse Mouzinho Saíde, acrescentando que
as actividades enumeradas deste organismo terão especial enfoque para a
juventude.
Explicou que,
essencialmente, essa fundação é reconhecida a autorização para a promoção e
patrocínio de actividades de caracter cultural, científico e educativo nos
domínios da literatura, desporto e educação.
Falecido a 6 de
fevereiro de 2003, aos 80 anos de idade, José Craveirinha foi o primeiro
escritor moçambicano e africano a ganhar o Prémio Camões, em 1991, o maior e
mais importante galardão literário de língua portuguesa.
José Craveirinha nasceu
no bairro da Mafalala, em Maputo, a 28 de Maio de 1922. No seu percurso
trabalhou como jornalista nos periódicos moçambicanos “O Brado Africano”,
“Notícias”, “Tribuna”, “Notícias da Tarde”, “Voz de Moçambique”, “Notícias da
Beira”, “Diário de Moçambique” e “Voz Africana”.
Como escritor e poeta
usou diversos pseudónimos, entre os quais Mário Vieira, J.C., J. Cravo, José
Cravo, Jesuíno Cravo e Abílio Cossa.
Foi o primeiro
presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Escritores
Moçambicanos, entre 1982 e 1987. Em sua homenagem, a Associação dos Escritores
Moçambicanos (AEMO), em parceria com a Hidroeléctrica Cahora Bassa (HCB),
instituiu em 2003, o Prémio José Craveirinha de Literatura.
Entre os livros que
publicou destacam-se “Xigubo”, “Cantico a un dio di Catrame” “Karingana ua
Karingana”, “Cela 1”, “Maria” e “Izbranoe”, que lhe valeram vários prémios como
o Cidade de Lourenço Marques (1959), Reinaldo Ferreira do Centro de Arte e
Cultura da Beira (1961), de Ensaio do Centro de Arte e Cultura da Beira (1961),
Alexandre Dáskalos da
Casa dos Estudantes do Império, Lisboa, (1962), Nacional de Poesia de Itália
(1975), Lotus da Associação de Escritores Afro-Asiáticos (1983), Medalha
Nachingwea do Governo de Moçambique (1985), entre outros.
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