quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Cineasta angolano filma em Moçambique

 
O cineasta angolano Zezé Gamboa está a preparar mais uma obra, depois de “O Grande Kilapy”, desta vez em Moçambique.  Rui Simões, um dos produtores, disse que a obra já tem financiamento para a preparação e escrita.

Trata-se de uma obra de ficção, avançou, baseada na história real de um antigo diplomata francês em Maputo que se acidentou de mota, numa viagem com a sua namorada a caminho de Inhambane.
“Eles ficaram um bocado perdidos e depois vieram as inseguranças e incompreensões, num filme sobre a relação com o outro, com dois personagens fortes, dois actores franceses que esperamos que sejam bastante importantes”, indicou o realizador. O título do filme não foi revelado.

O filme de Zezé Gamboa é um dos três projectos que Rui Simões desenvolve neste momento em Moçambique. O realizador aproveitou a estadia no país, onde participou num festival de cinema, para avançar no registo documental da sua obra “A Casa”, sobre os antigos estudantes da Casa dos Estudantes do Império, que este ano comemora cinco décadas, e por onde passaram alguns dos principais opositores africanos ao colonialismo português.

O terceiro projecto é o filme do moçambicano Sol de Carvalho, que se encontra ainda em fase de discussão e deverá abordar a guerra, não a luta anticolonial ou o conflito interno em Moçambique, mas uma abordagem mais geral a este tema e em particular a reinserção dos combatentes na sociedade mais os seus traumas.

Perfil do cineasta


José Augusto Octávio Gamboa dos Passos, conhecido como Zezé Gamboa, é um cineasta e engenheiro de som. Nasceu em Luanda em 31 de Outubro de 1955. Entre 1974 e 1980 dirigiu os programas noticiários da Televisão Pública de Angola. Partiu para Paris onde em 1984 se formou como engenheiro de som. Em seguida, trabalhou principalmente no cinema de Portugal, em filmes como “Balada da Praia dos Cães” (de José Fonseca e Costa, 1987) ou “Terra Estrangeira” (de Walter Salles e Daniela Thomas, 1996).


Estreou-se na realização com a curta-metragem “Mopiopio”, um documentário realizado em 1991. Seguiram-se alguns documentários e curtas-metragens. Em 2004 realizou o filme “O Herói”, que lançou o nome do realizador no mundo do cinema de autor. O filme foi apresentado em vários festivais internacionais onde ganhou diversos prémios, entre eles a categoria World Dramatic Competition do Festival de Sundance 2005, o prémio do público no festival de cinema de Nantes 2004, e o prémio de melhor filme no Pan-African Film Festival de Los Angeles.

Zezé Gamboa é desde então considerado internacionalmente uma referência do cinema angolano. O seu filme “O Grande Kilapy”, de 2012, foi nomeado em Portugal para Melhor Filme nos Globos de Ouro de 2015 e nos Prémios Sophia. Passou por vários festivais internacionais, entre eles o Festival Internacional de Cinema de Toronto e o Festival Internacional de Cinema do Dubai. Em Portugal, ganhou prémios no festival dos Caminhos do Cinema Português em Coimbra, e no Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa em Lisboa.

jornal de angola

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