sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Akokoto: ritual do planalto central angolano



O respeito dos túmulos dos reis e sobas, muito comum na região do Huambo (planalto central angolano), é um ritual dos Akokotos pouco divulgado, correndo o risco de desaparecer.

Trata-se de um ritual realizado pelas autoridades tradicionais quando buscam paz, sabedoria e prosperidade. A tradicional cerimónia dos Akokotos, que implica a matança de um boi, cabrito ou galinha, e a oferenda de bebidas alcoólicas, consoante o impacto do que se busca, é realizada principalmente na época de cacimbo.
Segundo o historiador angolanoVenceslau Casese, Akokoto, expressão que na língua nacional umbundu significa caveira, é parte da cultura do povo do Huambo e dentro da perspectiva antropológica e religiosa desempenha um papel muito importante na preservação da crença e espiritualidade.
Venceslau Casese afirmou que nos reinos do planalto central as cabeças das pessoas que se notabilizaram, sobretudo dos soberanos e sobas que deixaram honra, memória e história, não são enterradas, mas sim conservadas nas encostas das montanhas ou em tabernáculos (etambos), locais chamados de Akokotos.
“Temos a crença que aqueles que morreram continuam ainda vivos, mas de uma forma diferente, e têm influência na vida das pessoas, dada a vivência sabia e exemplar que tiveram, daí a importância de serem preservados no tempo e na história, segundo a religião”, argumentou.
Informou que nos momentos de necessidade e calamidades as autoridades tradicionais acorrem a estes locais para suplicarem aos antepassados as necessidades das comunidades.
“Geralmente encontram respostas, porque este ritual faz parte da fé ou dimensão antropológica e espiritual do homem, que deve ser respeitado pela ciência e por todos”, defendeu.
Na opinião do historiador, tendo em conta o seu significado histórico e importância cultural, este ritual deve ser mais divulgado,  no contexto da campanha de resgate dos valores cívicos e morais da sociedade.
"Tal divulgação deve ser feita nas instituições académicas, nas comunidades em geral e nos órgãos de comunicação social, através de palestras, conferências e debates", acrescentou.
Na província do Huambo, a tradição dos Akokotos mantém-se até aos dias de hoje, com grande incidência nas ombalas do Huambo, Bailundo e Chicala-Cholohanga.

angop






2 comentários:

  1. A quem interessar possa:
    AKOKOTO, Em defesa dos nos nossos ancestrais


    Esta cerimônia não chegou aqui em Brasil com a tradição plena. O máximo que se tem cá são as atividades oriundas da cultura ocidental ligadas acima de tudo ao cristianismo.
    O máximo que se tem por cá é o cemitério do VALONGO na cidade do Rio de Janeiro.

    Em Santa Luzia , cidade do estado de Minas Gerais que recebeu muitos escravizados possui um cemitério dos escravos que hoje está ameaçado de ter seu terreno loteado pela especulação imobiliária.
    A comunidade quilombola não possui força o suficiente para desarticular o evento. Também as autoridades municipais e estaduais não tem motivos para embargar a ameaça.
    Pelo menos estou eu enquanto afro descendente fazendo esta denúncia .Segue meus contatos para posteriores entendimentos
    Geraldo André da Siilva
    e-mail zfandre@hotmail.com
    telefone móvel
    5531 972440121

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  2. Gostaria de saber o porque que quando uma mae da luz bebesgemeos é arrastada no lodo

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