O cartoonista gabonês Pahé é a
estrela convidada da XII edição do Luanda Cartoon que se inicia na próxima
sexta-feira com o debate sobre as novas tendências e rumos da banda desenhada
angolana.
Carlos Alves, criador angolano do cartaz desta edição e um dos artistas
convidados, disse, ao Jornal de Angola, que a XII edição do
Festival Internacional de Banda Desenhada “Luanda Cartoon” é uma porta aberta
para os jovens talentos mostrarem o seu potencial.
Para o criador, o actual número de jovens a apostarem neste género
artístico é um sinal positivo para uma maior aposta do empresariado na banda
desenhada. Porém, chamou a atenção para a qualidade dos temas apresentados nos
seus trabalhos.
“Antes, quando a banda desenhada começou a dar os primeiros passos no país eram poucos os artistas do género. Hoje a adesão de jovens é muito maior. É um número considerável e já dá uma certa credibilidade às produções nacionais. Mas é preciso evitar-se os temas sobre violência ou que incitem a tal”, disse.
“Antes, quando a banda desenhada começou a dar os primeiros passos no país eram poucos os artistas do género. Hoje a adesão de jovens é muito maior. É um número considerável e já dá uma certa credibilidade às produções nacionais. Mas é preciso evitar-se os temas sobre violência ou que incitem a tal”, disse.
A questão da escolha dos temas, reforçou, é um assunto muito polémico e que
requer uma maior união entre os “kotas” da arte com os jovens, de forma a que
estes passem a procurar por assuntos que ajudem na protecção e valorização da
identidade nacional e das tradições. “É preciso educar os jovens de forma que
sejam os responsáveis pela próxima geração de angolanos. Desta forma estamos a
ajudar a fazer um país melhor.”
Apesar de defender a criatividade artística, nas suas diferentes vertentes,
Carlos Alves considerou fundamental que os jovens cartoonistas comecem a
explorar mais temas enquadrados na realidade angolana. “Temos de ter um traço
característico, capaz de identificar as criações africanas, porque ainda
existem artistas que procuram explorar mais o que vem de fora”, lamentou. As
actuais mudanças neste género, em termos de público, também são um ponto-chave
que na opinião do artista precisa ser mais aproveitado, para que no futuro
exista no país uma banda desenhada com capacidade de honrar os angolanos.
Carlos Alves informou que para esta edição preparou uma reflexão, em banda
desenhada, sobre os 40 anos da Independência Nacional, como uma forma de
aconselhar os jovens sobre os feitos, custos e ganhos da Independência.
“É um legado que tem de ser transmitido à próxima geração, para que estes saibam agraciar e reconhecer este bem, que foi obtido com muitos sacrifícios. É também uma aula sobre a história do país e a importância dos jovens fazerem de tudo para darem sequência a este sonho e construírem um país melhor.”
“É um legado que tem de ser transmitido à próxima geração, para que estes saibam agraciar e reconhecer este bem, que foi obtido com muitos sacrifícios. É também uma aula sobre a história do país e a importância dos jovens fazerem de tudo para darem sequência a este sonho e construírem um país melhor.”
O cartoonista chamou ainda atenção dos jovens para a questão da formação,
um passo fundamental na reconstrução nacional. “Precisamos construir um país
com bases sólidas e a formação dos quadros é fundamental”, defendeu.
O Festival Internacional de Banda Desenhada Luanda Cartoon é resultante de uma parceria, iniciada em 2003, entre o Olindomar Estúdio e o Instituto Camões.
O Festival Internacional de Banda Desenhada Luanda Cartoon é resultante de uma parceria, iniciada em 2003, entre o Olindomar Estúdio e o Instituto Camões.
A XII edição do projecto, à semelhança dos anos anteriores, inclui a
apresentação de uma exposição de caricatura e outra de banda desenhada, a
exibição de cinema de animação, em 2 D e 3 D, e a realização de vários
seminários para profissionais e amadores desta arte e a presença do português
Paulo Monteiro como convidado especial.
jornal de angola
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