A riqueza e a diversidade da arte e da cultura dos Mbunda foram a principal
atracção das festividades desta região etnolinguística, que terminam domingo,
no município dos Mbundas Moxico.
As festividades, marcadas pela realização de inúmeras
exposições de artesanato, de produtos de medicina tradicional e outros sobre o
potencial agrícola da região, servem também para homenagear o rei dos Mbunda,
Mwene Mbandu III.
Durante as festividades, que tiveram a duração de
quatro dias, foram também realizadas visitas aos locais turísticos da região,
assim como várias palestras sobre a trajectória do reinado e o actual
crescimento do município.
A música e a dança também foram uma referência ao
longo da actividade, principalmente por alguns estilos pouco divulgados. Entre
as várias danças tradicionais, típicas da região, exibidas durante a
actividade, os maiores destaques foram o macopo, chianda e a cachacha.
A preservação e maior divulgação destas danças, assim como de alguns hábitos da região também estiveram em evidência ao longo da actividade.
A preservação e maior divulgação destas danças, assim como de alguns hábitos da região também estiveram em evidência ao longo da actividade.
A cerimónia ficou ainda marcada pela participação de
diversas individualidades da Zâmbia, Luanda e dos outros municípios do interior
do Moxico. O festival cultural, realizado anualmente, explicou um dos membros
da organização, é realizado com o objectivo de divulgar mais a cultura e a
metamorfose dos Mbunda, assim como incentivar o resgate dos princípios e
tradições típicas da região.
A história do povo Mbunda, reforçou Salvador Cacoma, tem origem no grupo étnico bantu, proveniente da África Central, nomeadamente na região de Cola, do império Luba e Rund do Congo.
A história do povo Mbunda, reforçou Salvador Cacoma, tem origem no grupo étnico bantu, proveniente da África Central, nomeadamente na região de Cola, do império Luba e Rund do Congo.
Entre os Nganguelas que vivem na região Leste do país
destacam-se os Mbunda, Luvale, Luena, Lutchaze, Luimbi e os Camachi. Todos são
tradicionalmente pequenos agricultores que fazem alguma recolecção e criação de
pequenos animais. A sua existência começou a ser conhecida dos europeus já no
século XVII, por um duplo envolvimento nas redes comerciais desenvolvidas por
estes: por um lado, no tráfico de escravos a partir de Luanda e Benguela, por
outro lado, no comércio das caravanas organizado pelos Ovimbundu nos séculos
XIX/XX, onde eram os fornecedores de cera, mel, marfim e outros bens
transaccionáveis.
Estes povos distinguem-se entre eles pelas respectivas
línguas e as suas identidades sociais. Enquanto os povos vizinhos, como os
Chokwe, os Lunda e os Ovimbundu, os identificam perfeitamente, muitos pessoas,
incluindo alguns historiadores, têm tendência a considerar estes povos como
Ovimbundu.
Mbunda, também conhecida como chimbunda ou mbuunda, é ainda uma das várias línguas africanas, falada em Angola e na Zâmbia.
Mbunda, também conhecida como chimbunda ou mbuunda, é ainda uma das várias línguas africanas, falada em Angola e na Zâmbia.
Em Angola é falada por 135.000 cidadãos nacionais na
província do Moxico e na região sudoeste.
Porém, desde o século XIX verifica-se uma emigração Mbunda para a Zâmbia e Namíbia. Actualmente começa existir diferenças entre a língua falada em Angola (onde desenvolveu vários dialectos) e a da Zâmbia.
Porém, desde o século XIX verifica-se uma emigração Mbunda para a Zâmbia e Namíbia. Actualmente começa existir diferenças entre a língua falada em Angola (onde desenvolveu vários dialectos) e a da Zâmbia.
Os Ngangelas são povos que ocupam maioritariamente a
parte Leste de Angola (Moxico) e Sudeste (Cuando Cubango) e alguns núcleos na
Huíla e Bié, fazendo parte das sociedades cujas origens, segundo os seus
membros, são apontadas como tendo sido fora de Angola. Divididos em dois hemisférios,
devido à penetração dos Lunda-Cokwe, os nganguela chegaram a ser tributários
dos Luena, estes, antigos Lunda-Cokwe que adoptaram a língua dos Nganguela.
jornal de angola
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