segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Festas dos povos Mbunda


A riqueza e a diversidade da arte e da cultura dos Mbunda foram a principal atracção das festividades desta região etnolinguística, que terminam domingo, no município dos Mbundas Moxico.

As festividades, marcadas pela realização de inúmeras exposições de artesanato, de produtos de medicina tradicional e outros sobre o potencial agrícola da região, servem também para homenagear o rei dos Mbunda, Mwene Mbandu III.

Durante as festividades, que tiveram a duração de quatro dias, foram também realizadas visitas aos locais turísticos da região, assim como várias palestras sobre a trajectória do reinado e o actual crescimento do município.

A música e a dança também foram uma referência ao longo da actividade, principalmente por alguns estilos pouco divulgados. Entre as várias danças tradicionais, típicas da região, exibidas durante a actividade, os maiores destaques foram o macopo, chianda e a cachacha.
A preservação e maior divulgação destas danças, assim como de alguns hábitos da região também estiveram em evidência ao longo da actividade.

A cerimónia ficou ainda marcada pela participação de diversas individualidades da Zâmbia, Luanda e dos outros municípios do interior do Moxico. O festival cultural, realizado anualmente, explicou um dos membros da organização, é realizado com o objectivo de divulgar mais a cultura e a metamorfose  dos Mbunda, assim como incentivar o resgate dos princípios e tradições típicas da região.
A história do povo Mbunda, reforçou Salvador Cacoma, tem origem no grupo étnico bantu, proveniente da África Central, nomeadamente na região de Cola, do império Luba e Rund do Congo.



Entre os Nganguelas que vivem na região Leste do país destacam-se os Mbunda, Luvale, Luena, Lutchaze, Luimbi e os Camachi. Todos são tradicionalmente pequenos agricultores que fazem alguma recolecção e criação de pequenos animais. A sua existência começou a ser conhecida dos europeus já no século XVII, por um duplo envolvimento nas redes comerciais desenvolvidas por estes: por um lado, no tráfico de escravos a partir de Luanda e Benguela, por outro lado, no comércio das caravanas organizado pelos Ovimbundu nos séculos XIX/XX, onde eram os fornecedores de cera, mel, marfim e outros bens transaccionáveis.

Estes povos distinguem-se entre eles pelas respectivas línguas e as suas identidades sociais. Enquanto os povos vizinhos, como os Chokwe, os Lunda e os Ovimbundu, os identificam perfeitamente, muitos pessoas, incluindo alguns historiadores, têm tendência a considerar estes povos como Ovimbundu.
Mbunda, também conhecida como chimbunda ou mbuunda, é ainda uma das várias línguas africanas, falada em Angola e na Zâmbia.

Em Angola é falada por 135.000 cidadãos nacionais na província do Moxico e na região sudoeste.
Porém, desde o século XIX verifica-se uma emigração Mbunda para a Zâmbia e Namíbia. Actualmente começa existir diferenças entre a língua falada em Angola (onde desenvolveu vários dialectos) e a da Zâmbia.


Os Ngangelas são povos que ocupam maioritariamente a parte Leste de Angola (Moxico) e Sudeste (Cuando Cubango) e alguns núcleos na Huíla e Bié, fazendo parte das sociedades cujas origens, segundo os seus membros, são apontadas como tendo sido fora de Angola. Divididos em dois hemisférios, devido à penetração dos Lunda-Cokwe, os nganguela chegaram a ser tributários dos Luena, estes, antigos Lunda-Cokwe que adoptaram a língua dos Nganguela.

jornal de angola

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