domingo, 17 de janeiro de 2016

Monangamba por três poetas angolanos


Os amantes da história política e sócio-cultural de Angola têm desde o final do ano passado a sua disposição uma nova obra de carácter científico-literária que aborda a figura histórica do Monagamba.
termo que tem origem na língua Kimbundu, cujos falantes são do grupo etnolinguístico Ambundu, significa servente ou filho do escravo.
O livro, “Abordagens da figura do Monangamba por três poetas da geração da Mensagem”, é da autoria de Hermegildo Seca, Licenciado em Língua Portuguesa, pelo Instituto Superior de Ciências da Educação, da Universidade Agostinho Neto.
O autor que teve como ponto de partida a análise de alguns textos literários de António Agostinho Neto, poeta e nacionalista (Primeiro Presidente de Angola), António Jacinto, escritor e nacionalista e Mário Pinto de Andrade fundador do Movimento Popular de Libertação de Angola, partido que proclamou a independênia de Angola e que governa o país até a presente data.
Hermegildo Seca aborda a figura do Monangamba (filho do servente ou do escravo) numa perspetiva económica, histórica, política e literária a julgar pelas circunstâncias em que o termo foi usado, para denunciar a opressão colonial e exigir a independência de território angolano.
Em “Abordagens da figura do Monangamba por três poetas da geração da Mensagem” Hermenegildo Seca analisa de forma aturada os poemas escritos por Agostinho Neto, António Jacinto e textos da autoria de Mário Pinto de Andrade por serem os escritores que mais se destacaram  na utilização do termo.
 O objectivo, de acordo com Hermenegildo Seca, é inferir da escrita criativa a dimensão histórica e política do uso do termo emprestado da língua nacional Kimbundu.
Para o autor, o termo Monangamba nas obras literárias de Agostinho Neto, António Jacinto e Mário de Andrade teve uma intenção mais do que política, cultural, com o objectivo também de afirmar a identidade nacional e reivindicar contra a situação por que passava o povo angolano, na altura sob o domínio colonial, oprimido e sem liberdade.           
“É uma forma dos próprios escritores mostrarem a sua identidade como angolanos. Usar palavras Bantu é uma forma de eles mostrarem que são de Angola e que estão relacionados com a cultura Ambundu”, disse.
A obra “Abordagens da figura do Monangamba por três poetas da geração da Mensagem” foi publicada em Dezembro do ano passado.

 voa

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