terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Estação de comboio de Maputo na lista das mais belas do mundo



 
A beleza arquitetónica da Estacão Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, na cidade de Maputo, mereceu distinção da Finantial Express, publica­ção internacional sediada na Ín­dia.

Para aquela publicação, o monumento moçambicano figura no “ranking” das dez infra-estruturas do género mais belas de todo o mundo.
 A estação ferroviária de Maputo é uma obra secular concebida pelo arquitecto francês Gustave Eiffel, célebre por ser o criador de várias obras no mundo e que têm como traço comum o uso do ferro na sua execução. O artista ficou imortalizado e projectado pela famosa torre parisiense que leva o seu nome.
Em Moçambique, as obras de Gustave Eiffel não se ficam pela estação ferroviário que é também património da cidade de Maputo.
Também foi o francês que concebeu a Casa de Ferro, implantada nas proximidades do jardim botânico Tunduru e que funciona hoje uma direcção do Ministério da Cultura.
A Finantial Express incluiu a Estação Central numa lista restrita da qual fazem parte as estações de Antuérpia e Liége (Bélgica), London St. Pancras (Inglaterra), Terminal de Nova Iorque  (Estados Unidos), Kuala Lumpur (Malá­sia), Atocha, Madrid (Espanha), Kanazawa (Japão), e Flinders Street Station, Melbourne (Aus­trália).
A publicação considerou o traçado arquitectónico e o seu nível de conservação, para além do seu valor histórico. “A estação é um testamento da história do país”, destaca a publicação.
Igualmente faz referência as duas loco­motivas usadas no início do século XX que estão em exposição e os es­paços de cultura e lazer criados no interior, o que confere à estacão uma atmosfera muito peculiar, e onde se organizam exposições te­máticas e temporárias e concer­tos de jazz.
A Estação Central dos CFM foi inaugurada em Março de 1910, dois anos depois do início da sua construção. Contudo, a imponência com que se lhe conhece hoje só se verificaria a partir de 1916.
Hoje, para além de estação ferroviária por onde passam milhares de passageiros e mercadorias vindos ou indo para Maputo (também para os vizinhos Zimbabwe e África do Sul), é também um local de cultura.
Nela, vários eventos de carácter cultural e artístico têm sido promovidos, ao mesmo tempo que nacionais e estrangeiros tem oportunidade de tomar contacto com a história ferroviária do país no museu inaugurado no ano passado.
A infra-estrutura expõe também diverso material histórico desta companhia ferro portuária, bem como património sócio cultural e humano que retrata a vivência dos CFM.
Entre os materiais expostos destaca-se uma carruagem de madeira construída em 1911 e que pertenceu aos Caminhos de Ferro de São Tomé e Príncipe e que foi oferecida aos CFM em 1930, zorras usadas para a inspecção das primeiras linhas ferroviárias.
Estão igualmente expostos equipamentos como berbequins industriais, aparelhos de manobra nas linhas, carros de bombeiros, plantas de mapas das rotas exploradas pela empresa e dos corredores nacionais.
Uma das grandes atracções do museu dos CFM é a história da primeira ligação ferroviária entre o país e a vizinha África do Sul, a chamada ligação entre Lourenço Marques (Maputo) e Transvaal, datada de 1895.
Foi a entrada em funcionamento desta linha que possibilitou provar a importância de Moçambique como provedor de serviços de trânsito de mercadorias de e para os países do hinterland, tal como vem acontecendo na actualidade.
Esta igualmente patente a história da empresa que, graças a sua evolução, surgiram grandes companhias que contribuíram para o crescimento do país, tal é o caso da Camionagem Rodoviária e da Direcção de Exploração de Transportes Aéreos (DETA), substituída pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
O Museu tem uma programação activa, com exposições temporárias, animação cultural, debates e várias acções dos serviços educativos, vocacionados para as escolas e o público infanto-juvenil.
Para além disso, o público poderá visitar uma exposição permanente, que tem uma extensa cronologia desde o seculo XIX até aos dias de hoje. O pós-independência tem destaque com um contexto histórico, a evolução dos tráfegos ferroviários e dos portos moçambicanos, os corredores de Maputo, Beira e Nacala, e a transformação da empresa, na última década do século passado.

jornal domingo


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