quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Memórias da Independência de Angola em filme

 

A Associação Tchiweka de Documentação estreia esta semana em Luanda o filme “Independência”, projecto que levou quase seis anos a concretizar, reunindo memórias de 600 intervenientes na luta contra o regime colonial português em Angola.
De acordo com informação daquela associação angolana, o filme, em versão documentário e com ante-estreia marcada para este sábado no Cine Atlântico, recolheu ainda imagens de vários locais históricos no processo da luta pela independência nacional em Angola e fora do país.
“Como a maior parte das pessoas da minha geração, eu tinha um desconhecimento profundo do nosso passado. Comecei a querer conhecer melhor as pessoas e as ideias daqueles que lutaram pela independência do nosso país”, explica à Lusa o realizador do filme, Mário Bastos.
Desta actividade de seis anos resultaram mais de 1000 horas de entrevistas em vídeo, “abrindo a possibilidade de realizar vários outros trabalhos”, esclarece a Associação Tchiweka de Documentação, que se associou à produtora audiovisual Geração 80 no projecto intitulado “Angola - Nos Trilhos da Independência”, o qual deu lugar ao filme, que será apresentando em várias salas de cinema de Angola.
Para o efeito, foram ainda recolhidas “memórias de mais de 600 intervenientes directos ou indirectos na luta pela independência desde nacionais e estrangeiros”, que segundo os produtores, esta iniciativa surge como “obrigação de devolver à sociedade angolana um pouco do que dela recebemos”.
“Independência” é um “filme feito por angolanos” e que “apresenta uma outra imagem concernente a resposta que se deu ao domínio colonial e a luta de libertação nacional vista por quem nela participou”, sublinha a associação em comunicado, que também enfatizou a importância de produzir “algo para o presente, principalmente para as gerações que surgiram depois de 1975, que não conheceram o sistema colonial e pouco sabem do passado”.
Segundo Mário Bastos “concluído o filme, espera-se que se consiga criar diálogo entre as gerações que participaram na luta e as que nasceram depois de 1975. Reforçando a ideia de que “se deve olhar para o passado com os pés bem assentes no presente para reflectirmos sobre onde estamos e o que somos como país 40 anos depois da nossa Independência”.
Angola foi colonizada por Portugal durante cerca de 500 anos, tendo alcançado a independência há 40 anos, na sequência da luta armada levada a cabo pelos movimentos de libertação.

A independência foi proclamada a 11 de novembro de 1975 por António Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e primeiro presidente de Angola, após 14 anos de guerra contra o poder colonial português.

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