sábado, 28 de novembro de 2015

Fotógrafo moçambicano expõe capulanas no Brasil




 
Está exposta desde quinta-feira última, 26 de Novembro, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Belo Horizonte, Brasil, a segunda exposição fotográfica individual do fotojornalista moçambicano Albino Moisés, intitulada “Muthianas e Capulanas de Moçambique”.
Trata-se de uma mostra composta por 21 imagens, inserida na 8.ª edição do Festival de Artes Negras FAN-2015, que decorre desde quarta-feira na capital do Estado de Minas Gerais, juntando artistas de várias partes do mundo.
As 21 imagens a cores retratam as viagens efectuadas pelo fotojornalista nalgumas províncias das regiões centro, norte e sul do seu país no período de 2012-2015. As fotografias pretendem homenagear a mulher moçambicana e realçar a importância social e cultural da capulana, uma peça de roupa muito usada em Moçambique.
“Muthianas e Capulanas de Moçambique” é um trabalho que é assinado na curadoria por Maria Luiza Viana, professora universitária de Moda, Olusegun Akinrulli, cônsul-honorário do Senegal e a historiadora e pesquisadora Adriana Araújo e o espaço que acolhe é tido como um dos lugares mais nobres e cartões-de-visita de Belo Horizonte. Basta dizer que o imponente edifício do Centro Cultural Banco do Brasil é a sétima instituição cultural mais visitada em todo o Brasil e a 95.º no mundo inteiro, de acordo com o ranking da publicação inglesa “The Art Newspaper”, na sua edição de Abril/2014.
Sobre esta obra, que é um hino à beleza da mulher moçambicana, a curadoria escreve no catálogo de apresentação “O olhar sensível de Albino Moisés vai para além dos padrões coloridos das capulanas, capta seus diferentes usos em Moçambique. O tecido na exposição é articulador das identidades de gênero, geração, etnicidade e portador de mensagens e contextos sociais”.
Este trabalho pretende, de forma despretensiosa, fazer um tributo à capulana, um dos símbolos mais representativos de identidade moçambicana e dar a conhecer as afinidades da mulher moçambicana com este tecido secular, cuja relação vem desde a gravidez, passando pelo parto e até mesmo na morte. Mas a capulana também é transversal, é amarrada no local de trabalho, nos casamentos, lobolos, xitiques, funerais, conferências internacionais, nos ritos de iniciação, na passarela, etc.
Para além da exposição “Muthianas e Capulanas de Moçambique”, o jornalista que também é video-documentarista, contribui para este festival brasileiro com uma curta-metragem “Shilambashi Shetu - Esta Terra é Nossa” (2010), exibida em Ouro Preto, uma cidade tomada como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. 
O fotojornalista teve a sua primeira exposição no Brasil intitulada “Mwana-Mwanas”, que durante um ano e meio, escalou os principais centros culturais e escolas de ensino médio e fundamental da cidade de Belo Horizonte. Durante o roteiro itinerante, a mostra foi associada a várias festividades: Dia da Consciência Negra; Dia da Criança Brasileira; Dia Mundial da Criança; Campanha da UNICEF Contra o Racismo em Crianças; Dia da Independência de Moçambique.

A exposição “Muthianas e Capulanas de Moçambique” abre numa altura em que Moçambique e o Brasil assinalam 40 anos de relações bilaterais, e se encoraja o estabelecimento de cada vez mais parcerias entre os dois povos com história e cultura comuns.
jornal notícias de maputo

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