terça-feira, 4 de agosto de 2015

Muzilene: o artista do batique e do quotidiano



“Estas obras retratam o nosso dia-a-dia, o quotidiano. O assunto é o desespero dos homens que lutam para sair da pobreza absoluta.” Assim, explicou, de uma forma sucinta, Gilberto Muzilene, “Lhavutelo”, (Revelação, em português), a sua primeira mostra individual que inaugurou no dia 22 de Julho e encerrou a 1 de Agosto, em Maputo.




Na temática das suas telas – são 32 no total – Muzilene, tem no egoísmo o “centro das atenções” a que, segundo ele, se fica a dever muito da miséria retratada nos seus quadros.
Em “Revelação”, a obra que dá origem ao título da exposição, Muzilene aborda assuntos que tem presenciado nos últimos tempos. Há crianças que se prostituem, notas expostas, uma imagem de Nelson Mandela, um pedaço da Bíblia. “Coisas boas e más. Há uma luz ao fundo do túnel”, resume. 

A terminar, revelou a sua humildade: “Meus caros amantes das artes plásticas, apresento a minha primeira exposição individual. Espero que se deliciem com as telas deste batiqueiro insólito que carrega o nome de Muzilene.” 



Já o padrinho do artista, Manuel de Jesus, preferiu destacar na sua intervenção, a inovação de uma das técnicas utilizadas: o batique sobre tela. “Chamaríamos a isto um batique encaixilhado? Não, não é batique, é pintura, mas a técnica compara-se à do batique. A inovação é a novidade que Muzilene nos traz. Neste caminho não nos propõe só a inovação, mas também a inovação enquanto essência.”
Gilberto Macave, conhecido por Muzilene, nasceu em Maputo, em1985, no bairro da Polana Caniço. Formou-se em Artes Gráficas pela Escola Nacional de Artes Visuais.
O gosto pelas artes plásticas apareceu na infância. Na adolescência, estabeleceu contacto com renomados artistas, como Djive, Ídasse e Victor Sousa, acelerando a apetência pela arte e consolidando a sua formação académica, com a participação em várias exposições colectivas e em workshops.



Autor multifacetado, Muzilene conquistou algumas distinções, nomeadamente o 1º e 2º prémios do Fundo Nacional de Energia (2012) e a menção honrosa no festival Showesia 2012. É ainda autor de obras que fazem parte de colecções privadas dentro e fora do país. Para além da pintura, o seu repertório artístico inclui o conto em banda desenhada, a música, sendo vocalista de uma banda ainda em construção.Actualmente trabalha como desenhador gráfico e produz spots publicitários.

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