segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ministro cabo-verdiano ganha prémio com romance sobre escravo

 

Escritor e ministro da Cultura de Cabo Verde, Mário Lúcio Sousa dedicou este domingo, 24, o Prémio Literário Miguel Torga - Cidade de Coimbra (Portugal), que pela primeira vez não foi atribuído a um português, aos escritores cabo-verdianos.

"O povo cabo-verdiano é que ganhou este prémio através de mim", disse neste domingo à agência Lusa Mário Lúcio Sousa, ministro da Cultura, após ter sido informado da decisão do júri do Prémio Literário Miguel Torga - Cidade de Coimbra.
O prémio distinguiu a obra inédita "Biografia do Língua", um romance em que o autor conta a história, parcialmente baseada em factos reais, de "um escravo que sabia línguas" e que, a partir de Cabo Verde, após os Descobrimentos, no século XV, seguia a bordo das naus portuguesas para "ajudar a vender outros irmãos", no Brasil e noutros territórios da América do Sul, explicou.
"Em 2010, estando eu em Serpa, Alentejo de Portugal, ocorreu-me escrever sobre a vida de uma das profissões mais ingratas que homem algum pôde exercer, o de ’língua’. Este era um negro que ia como intérprete nos navios de brancos para a compra dos negros", afirma Mário Lúcio Sousa, numa introdução à obra.
O laureado declarou que o prémio que vai receber, provavelmente na primeira quinzena de Julho, em Coimbra, "é uma distinção para os escritores e a população" de Cabo Verde.

Habitualmente, o Prémio Literário Miguel Torga é entregue ao vencedor no Dia da Cidade de Coimbra, 04 de Julho, numa cerimónia pública no salão nobre da Câmara Municipal, que deverá ser desta vez adiada alguns dias, já que o escritor cabo-verdiano está envolvido nas comemorações dos 40 anos da independência de Cabo Verde, proclamada a 05 de Julho de 1975.
asemana

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