terça-feira, 26 de maio de 2015

Homenagem ao primeiro locutor negro moçambicano


Samuel Dabula, o primeiro locutor negro na história da Rádio Moçambique foi homenageado hoje no estúdio auditório daquela estação emissora, por sinal a mais antiga e que este ano celebra 40 anos da sua criação.
A homenagem é pelo reconhecimento aos feitos de Samuel Dabula, o único moçambicano a fazer locução na era colonial, quando na Rádio Moçambique (RM) vigorava questões rácicas para admissão a alguns postos de trabalho.
A cerimónia de homenagem a este grande locutor, que perdeu a vida em 1978, foi testemunhada por algumas individualidades como os antigos Chefes de Estado, Joaquim Chissano e Armando Guebuza.
Nascido a 23 de Maio de 1915, Samuel Dabula apresentou o programa “hora nativa”, foi professor e um dos fundadores do Centro Associativo dos Negros, antes designado por Instituto Negrófilo, foi também animador cultural e fundador do conjunto Djambo.
Depois de se formar na Escola de Habilitação de Professores Indígenas, em Alvor, na Manhiça, Samuel Dabula trabalhou, no ano de 1943, no Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique, como professor ministrando aulas do ensino primário.
Na arena musical, Samuel Dabula foi um dos fundadores da orquestra denominada “Djambo” que fez furor desde os anos 50. Esse grupo abrilhantava bailes, tardes dançantes e casamentos. Samuel Dabula actuava no programa radiofónico da então Rádio Clube de Moçambique, denominado “África à Noite” que era apresentado pelo locutor José Mendonça.
Na qualidade de locutor da RM, produziu e apresentou vários programas radiofónicos de âmbito educativo e recreativo, sendo de destacar o programa “Keti Keti”, pelo impacto e grande popularidade que ganhou.
O programa realizava-se nos salões do Centro Associativo dos Negros de Moçambique e era abrilhantado musicalmente pela Orquestra Djambo. Era um programa de entretenimento que buscava e divulgava os novos talentos no canto, dança e música.

Samuel Dabula faleceu no dia 17 de Junho de 1978 e deixou a sua marca em diferentes áreas, desde o ensino, passando pelo nacionalismo, arte e cultura, e deixou de forma indelével a sua marca na comunicação social. Em reconhecimento dos seus feitos, o Município de Maputo também, atribuiu o seu nome a uma rua da capital moçambicana.
notícias de maputo

Sem comentários:

Enviar um comentário