sábado, 16 de maio de 2015

Escravatura abolida há 127 anos


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A escravatura no Brasil foi abolida há 127 anos, em 13 de Maio de 1888, depois de 5,5 milhões de africanos terem sido forçados a embarcar para o país, principalmente das regiões onde hoje se situam Angola e Gana.
Estima-se que, entre 1501 e 1866, tenham sido transportados mais de 12 milhões de escravos no mundo, sendo 5,8 milhões em navios portugueses ou brasileiros, segundo o Voyages, banco de dados desse tipo de tráfico, feito por professores de universidades de diferentes países, incluindo Portugal, Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Nova Zelândia e Canadá.
Dos 5,5 milhões de escravos que embarcaram para o Brasil, 3,86 milhões eram provenientes do centro-oeste africano, que inclui a região onde hoje é Angola, Zaire e Congo, e 877 mil da chamada Costa da Mina, ou golfo do Benim, que inclui parte dos actuais Gana, Togo, Benim e Nigéria, segundo o banco de dados, citado pela LUSA.
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Mariza Soares, professora de História de África da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, afirmou que o tráfico de escravos africanos para o Brasil começou com trabalhadores forçados da costa da Senegâmbia, no século XV. No século seguinte, a região do centro-oeste africano, onde já havia portugueses estabelecidos e cuja viagem para o Rio de Janeiro era mais próxima, passaria a ser a maior fornecedora de escravos para o país.
A partir do século XVII cresceu o tráfico para o Brasil da Costa do Mina, cuja viagem mais próxima era em direcção à Baía, ainda segundo Mariza Soares, que também é curadora da exposição sobre África no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
“O boom do tráfico de escravos é o final do século XVII e início do XVIII. No Brasil coincide com a descoberta do ouro. Há uma combinação de oferta e procura, e África passa a produzir mais escravos, com guerras e invasões de pequenos vilarejos”, disse.
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Com o aumento da procura por escravos, outras regiões passam também a participar no tráfico de escravos. No século XIX, quando ocorreria a abolição, há a entrada de Moçambique de forma regular no mapa desse comércio para o Brasil, mas, por ser mais longe, era uma viagem mais arriscada para a sobrevivência dos transportados.

A historiadora também afirmou que os escravos levados ao Brasil de locais diferentes tinham perfis culturais distintos, o que ocorria também com os embarcados no mesmo porto que eram frutos de aprisionamentos em diversos pequenos reinos.
“A forma de aprisionamento também captava escravos de perfis diferentes. Em guerras, aprisiona-se muitos homens e poucas mulheres. Já nas cidades e no campo, mais mulheres e crianças”, disse.
Mariza Soares realçou que os escravos que chegavam ao Brasil muitas vezes criaram relações de proximidade cultural como forma de organização.

Em alguns casos essa união teve efeitos práticos, como na revolta dos malês, organizada por escravos de origem islâmica em 1835, em Salvador da Baía.

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