Começou a pintar há
sensivelmente 10 anos, participou ao longo do tempo em várias exposições
colectivas com outros artistas renomados. Há dias reuniu algumas das suas mais
belas obras para apresentá-las na sua primeira exposição individual, a qual
intitulou “O Baú do Pinto Zulo”.
Pinto Zulu nasceu há
quase três décadas no bairro da Mafalala. Inspira-se nas casas de madeira e
zinco, figuras proeminentes da arena política e nos homens das artes e letras
que passaram por aquele mítico subúrbio da cidade de Maputo. Este artista
plástico tem patentes no Espaço Joaquim Chissano, na Mediateca do BCI, na
capital do país, pouco mais de seis dezenas de quadros pintados com recurso à
técnica de aguarela.
Nestas obras, o artista
traz o dia-a-dia dos subúrbios, com maior enfoque para as relações
interpessoais. Desde as mamanas de capulana com crianças nas costas a vender os
seus produtos em bancas montadas na rua e os problemas de saneamento do meio,
paisagens suburbanas, alguns nomes da nossa história que passaram por aquele
bairro, como são os casos de Samora Machel e Joaquim Chissano, antigos
presidentes da República de Moçambique.
Sobre o tema da
exposição, “O Baú do Pinto Zulo”, o nosso interlocutor justificou que “o baú é
uma estrutura concebida para armazenar itens de valor, e nesta exposição trago
as minhas obras mais valiosas, pintadas nos últimos 10 anos e que narram o meu
percurso como artista”.
Pinto José Zulo (Pinto
Zulo) nasceu num bairro com um rico manancial histórico, cultural e turístico e
desportivo. Por isso, desde cedo este artista plástico manifestou o gosto pelas
artes. A sua veia artística provém do lado materno, segundo nos revelou, e já
na adolescência andava envolvido na dança, desenho e pintura.
Formado em Artes
Gráficas pela Escola Nacional de Artes Visuais (ENAV) em Maputo, colaborou em
várias edições com ilustrações para a “Revista Capital”, para algumas brochuras
e cartazes.
Desenhou a identidade
corporativa da Associação para o Desenvolvimento Social da Criança (MANO). Na
ENAV aprendeu e desenvolveu várias técnicas de arte, entre pintura a óleo,
acrílico, guache e aguarelas. Aprendeu também as técnicas de desenho, gravura,
serigrafia, xilogravura e fotografia. Actualmente trabalha como criativo e
desenhador gráfico. É também membro do Núcleo de Arte.
De 2001 a esta parte
participou em várias exposições colectivas no país. Entre os galardões por ele
conquistados destacam-se o Prémio Nacional de Conto e Banda Desenhada promovido
pelo Instituto Camões (Centro Cultural Português), na criação do cartaz do 1.º
de Junho, em concurso organizado pela Cooperação Italiana. Venceu também o
segundo prémio no concurso de criação do logótipo Águas de Maputo e Menção
Honrosa de Conto e Banda Desenhada no Instituto Camões.
Jornal Notícias de Moçambique
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