Está exposta desde
quinta-feira última, 26 de Novembro, no Centro Cultural Banco do Brasil, em
Belo Horizonte, Brasil, a segunda exposição fotográfica individual do
fotojornalista moçambicano Albino Moisés, intitulada “Muthianas e Capulanas de
Moçambique”.
Trata-se de uma mostra
composta por 21 imagens, inserida na 8.ª edição do Festival de Artes Negras
FAN-2015, que decorre desde quarta-feira na capital do Estado de Minas Gerais,
juntando artistas de várias partes do mundo.
As 21 imagens a cores retratam
as viagens efectuadas pelo fotojornalista nalgumas províncias das regiões
centro, norte e sul do seu país no período de 2012-2015. As fotografias
pretendem homenagear a mulher moçambicana e realçar a importância social e
cultural da capulana, uma peça de roupa muito usada em Moçambique.
“Muthianas e Capulanas
de Moçambique” é um trabalho que é assinado na curadoria por Maria Luiza Viana,
professora universitária de Moda, Olusegun Akinrulli, cônsul-honorário do
Senegal e a historiadora e pesquisadora Adriana Araújo e o espaço que acolhe é
tido como um dos lugares mais nobres e cartões-de-visita de Belo Horizonte.
Basta dizer que o imponente edifício do Centro Cultural Banco do Brasil é a
sétima instituição cultural mais visitada em todo o Brasil e a 95.º no mundo
inteiro, de acordo com o ranking da publicação inglesa “The Art Newspaper”, na
sua edição de Abril/2014.
Sobre esta obra, que é
um hino à beleza da mulher moçambicana, a curadoria escreve no catálogo de
apresentação “O olhar sensível de Albino Moisés vai para além dos padrões
coloridos das capulanas, capta seus diferentes usos em Moçambique. O tecido na
exposição é articulador das identidades de gênero, geração, etnicidade e
portador de mensagens e contextos sociais”.
Este trabalho pretende,
de forma despretensiosa, fazer um tributo à capulana, um dos símbolos mais
representativos de identidade moçambicana e dar a conhecer as afinidades da
mulher moçambicana com este tecido secular, cuja relação vem desde a gravidez,
passando pelo parto e até mesmo na morte. Mas a capulana também é transversal,
é amarrada no local de trabalho, nos casamentos, lobolos, xitiques, funerais,
conferências internacionais, nos ritos de iniciação, na passarela, etc.
Para além da exposição
“Muthianas e Capulanas de Moçambique”, o jornalista que também é video-documentarista,
contribui para este festival brasileiro com uma curta-metragem “Shilambashi
Shetu - Esta Terra é Nossa” (2010), exibida em Ouro Preto, uma cidade tomada
como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO.
O fotojornalista teve a
sua primeira exposição no Brasil intitulada “Mwana-Mwanas”, que durante um ano
e meio, escalou os principais centros culturais e escolas de ensino médio e
fundamental da cidade de Belo Horizonte. Durante o roteiro itinerante, a mostra
foi associada a várias festividades: Dia da Consciência Negra; Dia da Criança
Brasileira; Dia Mundial da Criança; Campanha da UNICEF Contra o Racismo em
Crianças; Dia da Independência de Moçambique.
A exposição “Muthianas e
Capulanas de Moçambique” abre numa altura em que Moçambique e o Brasil assinalam
40 anos de relações bilaterais, e se encoraja o estabelecimento de cada vez
mais parcerias entre os dois povos com história e cultura comuns.
jornal notícias de maputo