sábado, 28 de fevereiro de 2015
Crioulo de Cabo Verde em todos os níveis do ensino
O Governo de Cabo Verde adoptou medidas para
a afirmação da língua cabo-verdiana (crioulo), propondo a introdução do ensino
da língua materna em todos os níveis de ensino, do pré-escolar ao
pós-universitário.
O documento prevê a criação de uma
disciplina sobre didáctica da língua cabo-verdiana no curso de licenciatura em
Educação Básica, o lançamento de editais governamentais para instituições de
ensino que criarem programas inovadores de investigação sobre a língua
cabo-verdiana.
"O Ministério das Comunidades terá
a função também de lançar editais para as instituições linguísticas ou de
cultura cabo-verdiana na diáspora para apresentação de projectos que contribuem
para a promoção e valorização da língua e da cultura cabo-verdianas",
explica Démis Lobo, ministro do Conselho de Ministros.
Ainda este ano o executivo materializará
um Centro de Língua e Cultura Cabo-verdianas, adjacente ao Ministério da
Cultura, com o objectivo prioritário de proceder ao estudo científico da língua
e da cultura cabo-verdiana, nos campos gramaticais, lexicográficos e
sócio-linguísticos.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Conferência assinala encontro de papa e lideres dos movimentos de libertação
Manchete do Diário de Noticias sobre o encontro
Roma vai albergar nos dias 5 e 6 de Março, uma conferência internacional
para assinalar os 45 anos da audiência que o Papa Paulo VI concedeu aos líderes
dos Movimentos de Libertação das então colónias portuguesas, Agostinho Neto
(MPLA-Angola), Amílcar Cabral (PAIGC - Guiné-Bissau e Cabo Verde) e Marcelino
dos Santos (FRELIMO-Moçambique).
O referido encontro histórico, que aconteceu no Vaticano a 1 de Julho de
1970 na vigília da Conferência Internacional de Solidariedade, constitui um marco
na luta dos movimentos de libertação dos países africanos de língua oficial
portuguesa.
Promovida por várias instituições próximas do Vaticano, a Conferência que
contará com 17 oradores, entre os quais o antigo presidente cabo-verdiano,
Pedro Pires, vai debater "A herança
do Papa Paulo VI para a Igreja em África - 50 anos após o Concílio Vaticano II
e 50 anos depois da conquista das Independências dos Países Africanos - Balanço
e perspectivas". Outro tema importante a ser desenvolvido pelos
conferencistas tem a ver com "Os Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa – Entre a memória e o futuro".
"Queremos através desta Conferência Internacional prestar uma
homenagem à memória do Beato Papa Paulo VI, evidenciando quanto, através do seu
profético magistério em tempos tão difíceis da história da humanidade, a Igreja
Católica foi capaz de realizar para a causa do continente africano e dos seus
povos, e de modo particular para os PALOP. Vamos interrogar ainda sobre as
possibilidades para uma nova releitura dos seus ensinamentos e criatividade
pastoral no sentido de constituir uma plataforma importante para uma nova
colaboração entre a Igreja Católica e os Estados africanos no novo processo de
Renascimento do continente negro", avançam os promotores do fórum, que vai
acontecer na Sala Marconi da Rádio Vaticano.
Fonte: asemana
Jovens de Malanje exibem danças do Reino do Ndongo
Jovens da província de Malanje exibiram no Luena as
danças bwenze e dikanza, dentro do programa da 13ª edição do Campo Nacional de
Férias dos Estudantes Universitários (CANFEU), que decorre na capital do Moxico
até ao dia ao ultimo dia de Fevereiro.
O bwenze, uma dança do reino do Ndongo, constitui uma das manifestações
culturais daquele povo e dança-se olhando para o chão, com ligeira inclinação
do corpo. É costume a sua exibição em festas de casamento, momentos de boas
colheitas agrícolas, nascimentos e óbitos de pessoas na comunidade.
Já a dikanza é um instrumento de cana ou de bambu, cujos ritmos de
reco-reco (onomatopeia) tornou-se numa dança, em que os intervenientes colocam
a mão na cintura, mexendo de um lado para o outro e chocando-se frontalmente.
A Dikanza é composta por várias ranhuras, que têm como função à produção do
som por uma vara ou dedal, conhecido por "ulape", que dá uma cadência
rítmica própria.
O CANFEU, uma iniciativa da JMPLA (organização juvenil do MPLA) realiza-se anualmente.
Fonte: ANGOP
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
A escrita identitária de Paulina Chiziane
José dos Remédios, jornal moçambicano O País.
"Uns dominarão com violência, outros
gemerão sujeitos aos seus caprichos" . Rousseau
Paulina Chiziane é daquelas autoras
moçambicanas que insiste em preservar,no universo ficcional que cria, os
traços fundamentais da sua escrita. Ao lê-la, não fica à margem a
ideia de que a escritora é fiel a si própria e às suas convicções que
a permitem partilhar preocupações, incómodos e devaneios,enquanto entidade
empírica.
De “A Balada de amor ao vento”,
atravessando “Niketche”, “O sétimo juramento” ou mesmo “As andorinhas”,
Chiziane não consegue estar alheia à morte, à traição, à miséria, à guerra, à
disputa pelo poder, à vitimização das mulheres e/ou à covardia dos homens,
aspectos que, na sua essência, culminam ou tocam nos problemas ligados à busca
pelos valores identitários centrados na tradição.
Assim, “Ventos do apocalipse”, uma
história que nos traz os melodramas dos moradores de Mananga e Macuácua num
contexto de guerra, é uma espécie de reflexo do que a miséria tem feito no seio
de uma sociedade com várias crises, desde as culturais às políticas,
consequências dos choques nefastos resultantes dos complexos interesses do
Homem. Essas crises revelam a vulnerabilidade da identidade africana que,
através dos seus povos, deixa-se vergar por tudo o que é importado. Há nesta
obra a sugestão explícita de que enquanto não houver o equilíbrio entre a
tradição e a modernidade, as catástrofes sociais em África não irão cessar,
pois do desequilíbrio surge o descontentamento dos antepassados que não reconhecem
o modus vivendi das actuais gerações.
Trazendo esse conflito, entre o
velho e o novo, “Ventos do apocalipse” mostra, simultaneamente, os caminhos
escolhidos por aqueles que atropelam a matriz cultural africana a favor e ao
serviço de um deus branco acima de qualquer suspeita, no entanto, incompetente
a resolver os problemas que afligem as personagens que, a certa altura,
caminham sem rumo. Além disso, este livro é a representação de quão ténues são
as relações sociais frutos da modernidade que sufoca a tradição e as vantagens
que daí advêm.
Entre a magia, a mentira, a
prepotência, o oportunismo e o desespero, nesta obra de Chiziane os ventos do
apocalipse, que só deixam de ser isso mesmo nos poucos momentos em que a
esperança brota, funcionam como demonstração do poder dos finados, mas também
traduz as fragilidades dos novos contratos sociais. Afinal, como diz uma certa
entidade do livro, “no tempo da fome, a única lei (que serve) é a da
sobrevivência” (p. 181), a que faz com que uns dominem com violência e outros
gemam sujeitos aos seus caprichos, como sugere Rousseau.
Em último plano, em algum momento,
ao buscar na realidade histórias verosímeis, a autora de “Por quem vibram os
tambores do além?” parece buscar na mão de Deus o que necessita para devolver a
essa mesma realidade uma razão de existência, como é óbvio, sem que a arte
literária se converta num instrumento meramente utilitário.
Cinco artistas angolanos na Bienal de Veneza
Obras de cinco artistas angolanos: António Ole, Binelde Hyrcan, Délio Jasse, Francisco Vidal e Nelo Teixeira estarão expostas no pavilhão de Angola na 56ª Exposição Internacional de Arte, Bienal de Veneza, a ter lugar de 5 a 22 Novembro .
António Ole
será igualmente o curador da segunda participação de Angola na Bienal de Veneza,
depois do pais ter ganho o Leão de Ouro na sua primeira participação em 2013.
O pavilhão
de Angola estará localizado no Palazzo Pisani, em Campo Santo Stefano.
A exposição
partirá de uma instalação central de António Ole, a marcar a frente e o verso,
sendo que Francisco Vidal apresentará obras constituídas de uma base metálica
de catanas, um símbolo da resistência angolana, como suporte de uma acção
pictórica.
Délio Jasse
mostrará uma pesquisa em suporte fotográfico sobre a memória, a sua
sedimentação e as razões do esquecimento, enquanto Nelo Teixeira apresentará um
trabalho em que a madeira é a estrutura base e a incorporação do “object
trouvé” acentuando narrativas paralelas e Binelde Hyrcan, um artista muito
ecléctico nas suas opções estéticas, mostrará vídeo e instalação da sua
pesquisa mais recente.
Esta escolha
permite a uma geração mais nova, mas com provas dadas e reconhecidas, seguindo
o legado do artista António Ole, o acesso ao circuito da Bienal de Veneza, numa
promoção do país, mas também das possibilidades de sedimentação da sua presença
internacional para assegurar o sucesso de um projecto que cumpre a exigência
desta apresentação e o perfil de contemporaneidade da próxima
representação.
A Bienal de
Veneza é um importante fórum de arte contemporânea que privilegia a
apresentação e afirmação de artistas dos países participantes.
A edição
2015, denominada “All the World’s Futures” será dividida em secções/filtros sobrepostos,
entendidos como uma constelação de parâmetros que circunscrevem as múltiplas
ideias que serão tratadas para imaginar e realizar uma diversidade de práticas.
A 56ª
exposição utilizará como filtro a trajectória histórica como a dos 120 anos da
bienal, um filtro através do qual se reflectirá sobre o actual “estado das
coisas” e sobre a “aparência das coisas”.
Angop
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Especialista moçambicano lança obra sobre linguística bantu
“Introdução à Linguística Bantu”
volume II é o título da mais recente obra do professor catedrático e
vice-ministro da Educação e Desenvolvimento Humano de Moçambique, Armindo
Ngunga.
Lançado na última sexta-feira, o
livro, chancelado pela Imprensa Universitária, resulta de uma pesquisa sobre as
línguas nacionais durante anos e, para além de fazer a descrição das línguas, apresenta
um quadro teórico daquilo que existe de mais recente em Linguística Bantu.
De acordo com o autor, a obra destina-se
à formação de professores, formação universitária e a interessados que queiram
aprender as Línguas Bantu.
A obra surge 10 anos depois da primeira
edição. Durante este período, o académico esteve a pesquisar. Novas teorias
surgiram e foram adoptadas na nova edição.
“Nesta obra, ensaio novas teorias,
de maneira que quem leu a primeira edição irá encontrar várias diferenças na
nova edição. Entre várias mudanças, expandimos o número de línguas”, esclareceu.
Armindo Ngunga é autor, co-autotr e
organizador de várias publicações entre livros e artigos científicos. Em 2013
lançou “Dicionário de Língua de Sinais de Moçambique”, livro resultante de um
projecto colectivo financiado pela Open Society Iniciative in Southern Africa
(OSISA).
Coordena três projectos de investigação
de línguas moçambicanas visando a elaboração de gramáticas de Copi, Nyungwe e
Rhonga. Entre as suas obras destacam-se ainda “Lexical Phonology of Ciyao”. Verb.
(2000), “Elementos de Gramática da Língua Yao” (2002), “Introdução à Linguística
Bantu” (2004), “Minidicionário Ciyaawo-Português e Português-Ciyaawo”
(2011) e “Como Redigir Livros Infantis
em Línguas Moçambicanas”(2014).
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Genocídio alemão contra os Hereros há 111 anos
Cento e onze
anos após o genocídio de Hereros e Namas de Janeiro de 1904, um dos episódios
mais negros da História de África, continua pouco conhecido. A romancista francesa
Élise Fontenaille-N'Diaye publicou dois livros essenciais que recordam os
factos.
Baseado nos testemunhos
contidos no relatório (Blue Book) sobre
o genocídio, cujo único exemplar de 200 páginas se encontra numa biblioteca pública
de Pretória, África do Sul, a romancista francesa, usando o mesmo título Blue Book em apenas 49 páginas, denuncia
a amplitude do primeiro genocídio do seculo XX, antes dos arménios, dos judeus,
dos tutsis.
O outro livro, um romance
destinado à juventude, é intitulado Eben ou les yeux de la nuit. Élise
Fontenaille-N’Diaye lamenta que “pouca gente conhece esta história. Pouca gente
quer falar sobre o assunto. Não há um museu, nem um lugar em memória das
vítimas, apenas alguns historiadores abordam o tema, a titulo individual”,
Tal como Anne Poiret no
seu documentário Namibie: le génocidie du
IIe Reich, divulgado há dois anos, Fontenaille-N’Diaye sustenta a tese
segundo a qual o sudoeste africano foi de certa forma o “campo de preparação
dos futuros nazis”
No dia 12 de Janeiro de 1904, os Hereros revoltaram-se contra
os colonizadores alemães, que durante
20 anos, expandiram o seu domínio usando a táctica de alimentar as rivalidades
entre os povos bantu daquela região.
Os Hereros, que viviam basicamente da pecuária, foram perdendo os seus
campos para os colonizadores alemães, através de negociações, falcatruas e
violência. A situação chegou a tal ponto que o chefe, Samuel Maharero, apelou
ao seu povo e a outras tribos para resistirem à dominação alemã.
Numa carta ao líder Namas, Hendrik Witbooi, escreveu: "Toda a nossa
subserviência e paciência em relação aos alemães não trouxe vantagens. Por
isso, faço um apelo, meu irmão, para que participes na nossa revolta, de modo a
que toda a África levante as armas contra os alemães."
O sonho de Maharero não se concretizou, pois os Namas não aderiram ao seu
apelo. No dia 12 de Janeiro de 1904, os guerreiros comandados por Samuel
Maharero atacaram e massacraram os colonos do posto de Okahandja. O Império
Alemão reagiu com extrema brutalidade.
O imperador Guilherme II mandou para o Sudoeste Africano, 3500 soldados
comandados pelo general Lothar von Trotha. Numa carta ao governador da colónia,
Theodor von Leutwein, anunciou a repressão: "Conheço muitas tribos
africanas…Terror, violência brutal. Essa é a minha política", escreveu.
A 11 de agosto de 1904, tropas alemãs comandadas por Von Trotha cercaram
7500 hereros e o seu chefe, Samuel Maharero, com armas poderosas. Sobreviventes
do massacre foram expulsos com os seus animais para o deserto do Kalahari.
Alguns fugitivos escaparam para o território do Botswana ocupado pelos
britânicos. Outros tentaram voltar para as suas povoações de origem, mas von
Trotha foi implacável. A 11 de dDezembro de 1904, foi ordenada a concentração
dos Hereros sobreviventes em campos de trabalhos forçados e, pouco depois, as
últimas terras indígenas foram confiscadas e colocadas à disposição dos colonos
alemães.
Nos três anos seguintes, dezenas de milhares de Hereros sucumbiram à
repressão, à fome e às doenças. Apenas cerca 15 mil de um total de 90 mil Hereros escaparam do genocídio. O domínio alemão ainda persistiu por mais uma
década.
Em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, a actual Namíbia foi ocupada
pela África do Sul, na época colónia britânica. Em 1920, a Liga das Nações deu
à África do Sul um mandato para administrar o território, situação que perdurou
até ao final da década de 80.
Em 1966, eclodiu a luta de libertação com o início da luta de guerrilhas,
organizada pela SWAPO (Organização dos Povos do Sudoeste Africano) que culminou com a independência da Namíbia em 21 de Março de 1990.
Jeune Afrique, esquerda net
Vencedor de Óscar lembra Luther King
O cantor John Legend, ao receber o prémio de Melhor
Canção Original pela canção “Glory”, que escreveu para o filme Selma (minutos
depois da sua interpretação do tema ter arrancado lágrimas a vários dos
presentes na plateia), fez a ligação com o cinquentenário da marcha liderada
por Martin Luther King de Selma a Birmingham.
“Selma é hoje, porque a luta pela justiça é hoje”,
disse, citando em seguida os números oficiais da população negra americana hoje
detida em estabelecimentos prisionais como superior ao número de escravos
negros no tempo da Guerra Civil.
"É
dever de um artista reflectir os tempos em que vivemos. Nós escrevemos essa
canção para um filme baseado em acontecimentos de há 50 anos atrás, mas nós
afirmamos que 'Selma' ainda existe porque a luta pela justiça é hoje”, disse.
"Sabemos que
a lei eleitoral pela qual eles lutaram há 50 anos está hoje comprometida, neste
país", denunciou Legend.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Livro sobre a solidariedade nos bakongo
“Temo Kie Nzungu’e Mate (Temo da Panela de Saliva)
Com a sua saliva, uma pessoa leva muito tempo para encher uma
panela; todavia se essa pessoa for ajudada por muitas outras pessoas, a panela
fica cheia de saliva em pouco tempo. Os Bakongo expressam desta forma a ajuda
incondicional que se dá ao necessitado, para ultrapassar dificuldades
objectivas; com essa ajuda não se espera retribuição, mas cada membro conta com
ela. Tradicionalmente, esse apoio não se deve negar. É neste sentido que o
estudante, que conhece e respeita os fundamentos do temo, vai em socorro do outro, dando-lhe, dentro das suas
possibilidades, explicações da matéria que ele entende melhor que o colega. O
mesmo estudante vai, sem nenhuma vergonha, solicitar o apoio do colega que sabe
mais do que ele em determinada matéria específica, porque, como colegas devem
formar o tradicional Mika Mie Mbwa…
(pelos do cão), cooperando dentro de uma competição, não antagónica, para a
defesa do desenvolvimento pessoal e da colectividade na qual estão inseridos.”
(Pag. 42)
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Filme franco-mauritaniano o grande vencedor dos Césares
Abderrahmane Sissako mostrando os troféus
O filme
franco-mauritaniano "Timbuktu" de Abderrahmane Sissako que retrata o quotidiano
no norte do Mali ocupado por jihadistas, foi o grande vencedor da 40ª
cerimónia dos César, realizada sexta-feira, 20 de Janeiro, na capital francesa.
Numa noite
dedicada à liberdade de expressão, "Timbuktu" arrecadou sete prémios,
entre os quais os prestigiosos troféus de melhor filme e melhor realizador.
"Timbuktu", que
é também candidato ao Óscar de Melhor Filme estrangeiro da cerimónia desta
noite em Los Angeles, debruça-se sobre o extremismo que encontra eco político
na actualidade.
Celebrando a tolerância face
ao obscurantismo, o filme é baseado em factos reais: o norte do Mali caiu, em
2012, nas mãos dos jihadistas ligados a Al-Qaeda.
Nomeado
para oito categorias, “Timbuktu” que recebeu também o César de melhor cenário, montagem, som,
fotografia e música, era o grande favorito da noite contra Saint Laurent,
o filme sobre a vida do grande
costureiro parisiense com o mesmo nome.
AFP/Jeune Afrique
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Filme sobre floresta do Congo candidato a Óscar
“Virunga",
rodado na República Democrática do Congo (RDC), é candidato ao Óscar de melhor
filme documentário da prestigiada cerimónia dos óscares, marcada para próximo
domingo em Los Angels.
O
documentário, realizado pelo britânico Orlando von Einsiedel e produzido por
Leonardo Dicaprio, traz à luz a luta dos guardas florestais e do director do
parque, Emmanuel de Merode, assassinado a tiro em Abril do ano passado por preservar
esta reserva natural, classificada pela UNESCO como Património Mundial.
Virunga, que abriga os últimos 800 gorilas da montanha de todo o
planeta, é o mais antigo parque nacional do continente africano.
No filme, os guardas tentam afastar a invasão das forças da indústria,
da caça furtiva, da corrupção e da guerra na região.
O primeiro documentário do diretor Orlando von Einseidel tem sido aclamado como um filme de rara beleza e força bruta que combina jornalismo de investigação e um documentário sobre natureza e cinema verdade.
O primeiro documentário do diretor Orlando von Einseidel tem sido aclamado como um filme de rara beleza e força bruta que combina jornalismo de investigação e um documentário sobre natureza e cinema verdade.
O premiado filme estreou no Tribeca Film Festival de 2014, onde recebeu
a indicação de “Melhor Documentário, e foi nomeado Favorito da Audiência no Hot
Docs Film Festival e Best of Fest em AFI Docs, entre outros prémios.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento para os afrodescendentes
Ao proclamar o
decénio, Internacional
para os Afrodescendentes, que se celebra de 2015 a 2024, a comunidade internacional
reconhece que os afrodescendentes representam um grupo específico cujos
direitos humanos devem ser promovidos e protegidos.
Sob o lema “Reconhecimento,
Justiça e Desenvolvimento”, o principal objectivo da década é promover o
respeito, a protecção e o cumprimento de todos os direitos humanos e liberdades
fundamentais dos afrodescendentes, segundo a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
http://www.un.org/es/events/africandescentdecade/index.shtml
domingo, 15 de fevereiro de 2015
120 anos da batalha de Gwaza Muthini
Moçambique assinalou a 2 de Fevereiro o 120.º aniversário da
Batalha de Marracuene (Gwaza Muthini), uma data em que se evoca a resistência
anti-colonial que opôs guerreiros comandados por Nwamatibyana, Zihlahla,
Mahazule, Mulungu e Mavzaya ao exército colonial português, em 1895.
A Batalha de Marracuene foi uma série de combates que se deram no
local, no âmbito da resistência à ocupação portuguesa.
Do ponto de vista português, essas batalhas eram conhecidas por
Campanhas de Pacificação.
Entretanto, a celebração desta data não é de todo original do
Estado moçambicano.
Um ano após a Batalha de Marracuene, em 1896, as autoridades
coloniais portuguesas celebraram o “Gwaza Muthini”, mas em memória dos soldados
portugueses mortos na batalha.
A celebração, por parte de Moçambique, teve início em 1974, tendo
havido na época apenas três celebrações, em 1974, 1975 e 1976.
A mesma voltou a ser reactivada pelo empresário moçambicano
António Yok Chan, em 1994, e desde então começou a ser regular.
Jornal de Notícias
Black Paris Walks
Desde há dois anos, um guia turístico mostra
Paris através do prisma de grandes figuras da cultura negra. Com o "Black Paris
Walks", os visitantes descobrem assim personalidades importantes das artes e
culturas negras que passaram por França.
Ilustração do site blackpariswalks.com
Por ocasião do mês da História do Negro Americano,
assinalado em Fevereiro, Kevi Donat, um jovem guia turístico de 30 anos incluiu
entre os seus visitantes, Mallak Shabazz, filha de Malcom X. Cinquenta anos
após a morte de seu pai Shabazz foi à Paris para o recente lançamento pela ONU
do Decénio Internacional das pessoas de ascendência africana.
Nesses “tours” de “Paris noir”, os visitantes
fazem um circuito que passa pelos locais mais frequentados por personalidades
históricas negras que viveram e/ou estudaram em Paris, onde se destacam
Alexandre Dumas (cuja avó foi escrava em Saint-Dominique), Aimé Cesaire, Franz
Fanon, Félix Eboué, James Baldwin, ou ainda Anna Julia Cooper, antiga escrava que
se tornou numa das primeiras afro-americanas a se doutorar na Sorbonne.
Fonte: Jeune Afrique
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Verbos em Kimbundu
Luzia Moniz
Em Kimbundu, os verbos no infinitivo integram dois afixos. O
prefixo ku e o sufixo formado pela vogal a. De notar que as palavras em
Kimbundu, independentemente da sua categoria, terminam sempre em vogal.
Alguns exemplos de verbos no infinitivo:
Kuambata - levar
Kubaka - guardar
Kubhana - dar/oferecer
Kubhanga - fazer
Kubhanza - pensar
Kubinga - pedir
Kubokona - entrar
Kubonga - apanhar
Kufuta - pagar
Kukalakala - trabalhar
Kukinga - esperar
Kukomba - varrer
Kukuatekesa - ajudar
Kulamba - cozinhar
Kulenga - fugir
Kulonga - ensinar
Kumateka - começar
Kusamba - orar/rezar
Kusota - procurar
Kusueka - esconder
Kusukula - lavar
Kutanga - ler/contar
Kutonoka - brincar
Kutuma - mandar
Kuxala - ficar
Kuzuela - falar
Kuzeka - dormir
Kuvutuka - voltar/regressar
Kuxikama - sentar
Kuxikana - aceitar
Kuzemba - odiar
Kuzola - amar/gostar
Kuenda, kuijiia (andar/viajar é conhecer)!
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Grammy para Angélique Kidjo
Angélique
Kidjo do Benin venceu domingo, em Los Angels, o seu
segundo Grammy, desta vez na categoria de “melhor música do
mundo” com o álbum “Eve”, numa cerimónia marcada por várias
tomadas de posição contra o racismo.
O álbum
premiado é dedicado à mulher africana que a cantora chama de “beleza da
resiliência”. “Mulheres africanas, vocês são formidáveis” declarou Angélique
Kidjo antes de afirmar que “a música é hoje uma arma de paz e hoje, mais do que
nunca, os artistas têm um papel a desempenhar pela estabilidade do mundo”.
A
mais internacional estrela africana do momento que estará em Julho, na edição
deste ano do Festival Músicas do Mundo de Sines (Portugal), faz música onde
estão presentes os ritmos tradicionais do Benim, mas também todas as músicas
afro e afrodescendentes do afrofunk ao zouk.
Como
artista e como activista, o seu reconhecimento impõe respeito: rainha
incontestada da música africana (Daily Telegraph); uma das 50 personalidades
africanas (BBC); uma das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo (The
Guardian).
Entre
os prémios que venceu, destaque para o seu primeiro Grammy ganho com o disco
“Djin Djin”, de 2007.
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