segunda-feira, 9 de maio de 2016

Angola e Moçambique na bienal de arte contemporânea de Dakar

 
O angolano Délio Jasse e a moçambicana Euridice Getulio Kala estão entre os cerca de 70 artistas que participam na 12ᵃ edição do Dak'Art, a maior bienal de arte contemporânea de África, que decorre desde o dia 3 Maio, prolongando-se até 3 de Junho próximo, em Dakar, capital do Senegal.
Para o evento, que promete no presente ano revelar as mais novas e interessantes tendências artísticas africanas num espaço de diálogo e de abertura, Délio Jasse vai apresentar a obra "Terreno Ocupado" e Eurídice Kala leva uma instalação intitulada "Imagina Se A Verdade Fosse Uma Mulher…e Porque Não?".
O trabalho responde ao conceito da curadoria que convida aos expositores e ao público a reescrever a trajectória de África, focados para a história de luta pelas independências do continente e expansão dos acervos, incluindo nomes e individualidades femininas que de certa forma se encontram na periferia; nomeadamente: Josina Machel, Pauline Lumumba, Janet Mondlane, Ginette Eboue, Ntisiki Mashalaba, entre outras.
A pesquisa é uma continuação de um estudo fotográfico que a artista Eurídice Kala começou em 2012 intitulado "Entre-de-Lado", um conceito que questiona o vestido de noiva com a cor branca, presente nas celebrações matrimoniais na cultura Africana em geral e moçambicana, de modo particular. Esta realidade, de acordo com a investigação da Eurídice Kala, causa tensões tendo em conta os hábitos culturais africanos e a desconstrução do discurso colonial.
Refira-se que a artista também está a procura de fundos para a produção final deste trabalho.
A Bienal de Dakar foi criada em 1989 como uma grande feira para expor obras de arte contemporânea. Ao longo dos últimos anos, o Dak’Art conquistou respeito não só em África assim como por todos os continentes. O evento estabelece uma rica ligação entre os mais novos artistas que surgem no continente, tendo em conta a necessidade de sustentar o futuro do universo das artes e letras em África.
A Dak'Art começou na semana passada e na cerimónia de abertura o Presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou que o subsídio anual para a bienal, actualmente de 300 milhões de francos centro-africanos (457 mil euros), passará para os 500 milhões (762 mil euros).

Sessenta e seis artistas de 24 países foram selecionados para participarem na exposição internacional da Dak'Art, denominada "Reencantamento", uma designação "estreitamente ligada ao tema geral da bienal, que convida os artistas e além deles todos os africanos a inventarem novas formas de reencantar o mundo e o continente"'.

domingo, lusa


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