segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Workshop em defesa da identidade cultural

 

Três workshops formativos sobre a salvaguarda do património imaterial no país realizam-se a partir do 9 de Novembro na capital angolana, Luanda, numa promoção do Instituto Nacional do Património Cultural (INPC) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO).


Segundo a directora-adjunta do INPC, Cecília Gourgel, que avançou a informação, citada pela Angop, pretende-se, com os três eventos, dotar os técnicos angolanos de conhecimentos adequados para o exercício ligado a recolha, preservação, manutenção e catalogação do património imaterial angolano, no âmbito dos projectos Mbanza Congo e do Corredor do Kwanza.
Adiantou que serão no total 50 técnicos angolanos a serem formados por especialistas da UNESCO.    
Os workshops enquadram-se no projecto intitulado “Reforço da Capacidade Nacional para Implementação da Convenção 2003, de salvaguarda do Património Cultural Imaterial na África Lusófona”.
O Património Cultural Imaterial ou Intangível compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem dos seus ancestrais e passam os seus conhecimentos a seus descendentes.
Apesar de tentar manter um senso de identidade e continuidade, este património é particularmente vulnerável uma vez que está em constante mutação e multiplicação dos seus portadores. Por esta razão, a comunidade internacional adoptou a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial em 2003.  Essa convenção regula o tema do património cultural imaterial e, assim, complementa a Convenção do Património Mundial, de 1972, que cuida dos bens tangíveis, de modo a contemplar toda a herança cultural da humanidade.
Em virtude da importância dessa forma de património e da complexidade envolvida na definição dos seus limites e de sua protecção, a UNESCO vem, nos últimos 20 anos, se esforçando para criar e consolidar instrumentos e mecanismos que conduzam ao seu reconhecimento e defesa. Em 1989, a organização estabeleceu a Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular e vem, desde então, estimulando a sua aplicação ao redor do mundo. Esse instrumento legal fornece elementos para a identificação, a preservação e a continuidade dessa forma de património, assim como da sua disseminação.

 Além das gravações, registos e arquivos, a UNESCO considera que uma das formas mais eficazes de preservar o património imaterial é garantir que os portadores desse património possam continuar produzindo-o e transmitindo-o. A organização estimula os países a criarem um sistema permanente de identificação de pessoas (artistas, artesãos) que encarnam, no grau máximo, as habilidades e técnicas necessárias para a manifestação de certos aspectos da vida cultural de um povo e a manutenção de seu património cultural material.

angop

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