sábado, 17 de janeiro de 2015

Mbanza Congo com potencial para Património Mundial



A antiga capital do Reino do Congo, a histórica cidade de Mbanza Congo, tem potencial excepcional para ser inscrita na lista de património mundial da UNESCO, segundo afirmou, em Luanda, o chefe da Unidade Africana do Centro do Património Mundial da organização, Edmond Moukala.


Falando à imprensa, no final de uma reunião de trabalho do Comité de Redacção do Projecto Mbanza Congo: Cidade a Desenterrar para Preservar, o especialista da UNESCO afirmou que os dados recolhidos no terreno provam e reforçam as razões da intenção das autoridades angolanas.
“O trabalho no terreno permitiu aos especialistas recolherem informações que até a bem pouco tempo eram desconhecidas, reforçando o manancial de dados preparados para constar no dossier final a ser apresentado ao Centro do Património Mundial da UNESCO.
“Mbanza Congo tem potencial e é excepcional sem qual quer duvidas”, reforçou.
Edmond Moukala, que integra a equipa do Comité de Redacção do projecto, frisou que foram recolhidos todos os elementos a serem incluídos no dossier final e que vão reforçar os dados já em posse da Unesco.
O especialista avançou ainda que os passos dados pelo Governo de Angola obedeceram as orientações e recomendações da Unesco no que a recolha e compilação de informações diz respeito.
 “O Governo angolano não só seguiu as orientações e recomendações, como também disponibilizou um fundo financeiro que permitiu a execução de todo trabalho delineado pela UNESCO”, salientou.
Edmond Moukala informou que depois da entrega do dossier, a UNESCO, através do Centro do Património Mundial, fará deslocar uma equipa para o terreno com o objectivo de comprovar a veracidade dos dados fornecidos por Angola e que serão analisados em fórum próprio.
A divulgação do resultado final, segundo o especialista, deverá ocorrer em Junho de 2016.   
Entre os critérios para a inscrição de Mbanza Congo na lista do património mundial, a UNESCO aponta o potencial histórico e arqueológico da capital do antigo Reino do Congo, bem como o intercâmbio ímpar de valores humanos demonstrado por esta localidade durante um determinado tempo da sua história, uma área importante do mundo no desenvolvimento da arquitectura, das artes monumentais, do planeamento urbano e desenho de paisagens.
O projecto para a inscrição de Mbanza Congo na lista do património mundial foi lançado em 2007 com a realização de uma mesa redonda internacional sob o tema “ Mbanza Congo, Cidade a Desenterrar para Preservar”.
O projecto encontra-se já na sua fase derradeira, sob a alçada do Ministério da Cultura.
Mbanza Congo é uma cidade e município da província do Zaire, com cerca de 68 mil habitantes. Foi a capital do antigo Reino do Kongo e designou-se São Salvador do Congo até 1975. A cidade foi fundada antes da chegada dos portugueses e era a capital de uma dinastia que governava o Reino desde 1483. O local foi abandonado durante as guerras civis que eclodiram no século XVII.
Mbanza Congo foi o lar dos Menekongo, monarcas que governavam o Reino do Congo. No ano de 1549, por influência dos missionários portugueses, foi construída a Sé Catedral de São Salvador do Congo, a mais antiga da África Sub-Sahariana, o nome da igreja no local é Nkulumbimbi. Foi elevada a categoria de catedral em 1596.
O papa João Paulo II visitou a catedral em 1992.
O nome São Salvador do Congo apareceu pela primeira vez em cartas enviadas por Álvaro I do Congo ou Álvaro II do Congo, entre os anos de 1568 e 1587. A cidade voltaria a chamar-se MBanza Congo, após a Independência de Angola em 1975.
Quando os portugueses aí chegaram, ela já era uma grande cidade, a maior da África sub-equatorial. Durante o reinado de Afonso I, edificações de pedra foram criadas, incluindo o palácio e muitas igrejas.
Em 1630 foram relatados cerca de 4000 a 5000 baptismos na cidade, com uma população de 100 mil pessoas. A cidade foi saqueada várias vezes durante as guerras civis do século XVII, principalmente na batalha de Mbwila e foi abandonada no ano de 1678, sendo reocupada em 1705 por seguidores de Dona Beatriz Kimpa Vita, a partir desta época a cidade não foi mais abandonada.
fonte: angop

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