Três workshops formativos sobre a salvaguarda do
património imaterial no país realizam-se a partir do 9 de Novembro na capital
angolana, Luanda, numa promoção do Instituto Nacional do Património Cultural
(INPC) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação
e Cultura (UNESCO).
Segundo a directora-adjunta do INPC, Cecília Gourgel, que avançou a
informação, citada pela Angop, pretende-se, com os três eventos, dotar os
técnicos angolanos de conhecimentos adequados para o exercício ligado a
recolha, preservação, manutenção e catalogação do património imaterial
angolano, no âmbito dos projectos Mbanza Congo e do Corredor do Kwanza.
Adiantou que serão no total 50 técnicos angolanos a serem formados por
especialistas da UNESCO.
Os workshops enquadram-se no projecto intitulado “Reforço da Capacidade
Nacional para Implementação da Convenção 2003, de salvaguarda do Património
Cultural Imaterial na África Lusófona”.
O Património Cultural Imaterial ou Intangível compreende as expressões
de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do
mundo recebem dos seus ancestrais e passam os seus conhecimentos a seus
descendentes.
Apesar de tentar manter um senso de identidade e continuidade, este
património é particularmente vulnerável uma vez que está em constante mutação e
multiplicação dos seus portadores. Por esta razão, a comunidade internacional
adoptou a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial em
2003. Essa convenção regula o tema do património cultural imaterial e,
assim, complementa a Convenção do Património Mundial, de 1972, que cuida dos
bens tangíveis, de modo a contemplar toda a herança cultural da humanidade.
Em virtude da importância dessa forma de património e da complexidade
envolvida na definição dos seus limites e de sua protecção, a UNESCO vem, nos
últimos 20 anos, se esforçando para criar e consolidar instrumentos e
mecanismos que conduzam ao seu reconhecimento e defesa. Em 1989, a organização
estabeleceu a Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular
e vem, desde então, estimulando a sua aplicação ao redor do mundo. Esse
instrumento legal fornece elementos para a identificação, a preservação e a
continuidade dessa forma de património, assim como da sua disseminação.
Além das gravações, registos e arquivos, a UNESCO considera que uma
das formas mais eficazes de preservar o património imaterial é garantir que os
portadores desse património possam continuar produzindo-o e transmitindo-o. A
organização estimula os países a criarem um sistema permanente de identificação
de pessoas (artistas, artesãos) que encarnam, no grau máximo, as habilidades e
técnicas necessárias para a manifestação de certos aspectos da vida cultural de
um povo e a manutenção de seu património cultural material.
angop
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