O escritor angolano Manuel Rui lança amanhã,
terça-feira 24, em Luanda, o seu novo romance "A Acácia e os
Pássaros".
Com a sua habitual ironia, num estilo satírico, de rara beleza poética,
Manuel Rui desfia a narrativa em torno do personagem principal da obra, de seu
nome Januário, jornalista freelancer, que na avidez de um pão vê-se
envolvido na trama que o priva da liberdade, impedindo-o de comer, de se
pronunciar, de pensar e mesmo sonhar com pão, mas lhe dá acesso à descoberta de
novos sentimentos e de novos sentidos das coisas e da vida.
Manuel Rui nasceu no Huambo, no Planalto Central, em 1941. Licenciou-se
em Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal, onde exerceu advocacia, foi
membro fundador do Centro de Estudos Jurídicos, redactor da Revista
Vértice, co-autor do suplemento Sintoma e sócio fundador da editora
Centelha.
Figura incontornável das artes e letras angolanas, ao longo da sua vida
manteve, sempre, uma estreita colaboração com diversos jornais e revistas, desde
os tempos de Coimbra, nomeadamente Jornal de Angola e Diário Luanda, entre
outros, Público e Jornal de Letras e Cadernos do Terceiro Mundo.
Foi fundador das edições Mar Além, editora da Revista de Cultura e
Literatura dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP),
subscritor da proclamação e fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA),
bem como da União dos Artistas e Compositores Angolanos e da Sociedade de
Autores Angolanos.
Manuel Rui, ensaísta, cronista, dramaturgo e poeta, é autor do
Hino Nacional de Angola e de letras de canções de Rui Mingas, André Mingas,
Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo (Portugal), Martinho da Vila e Cláudio
Jorge (Brasil).
A sua vertente literária inclui uma vasta obra de textos de poesia como os
Meninos do Huambo e de ficção publicados desde 1967 até à presente data.
É autor da primeira obra de poesia e de ficção publicados em Angola após a
independência. Foi galardoado com o Prémio Caminho das Estrelas em 1980, pela
obra emblemática “Quem me Dera Ser Onda”, já adaptada ao teatro em vários
países, designadamente em Angola, Portugal, Moçambique e Cabo Verde.
Em 2003, renunciou ao Prémio Nacional de Cultura e Artes, na modalidade de
Literaturas pelo conjunto da sua obra.
As suas obras estão traduzidas para umbundu, alemão, espanhol,
hebraico, finlandês, italiano, servo-croata, sueco e russo.
angop