O angolano Délio Jasse e a moçambicana
Euridice Getulio Kala estão entre os cerca de 70 artistas que participam na 12ᵃ edição do Dak'Art, a
maior bienal de arte contemporânea de África, que decorre desde o dia 3 Maio,
prolongando-se até 3 de Junho próximo, em Dakar, capital do Senegal.
Para o evento, que
promete no presente ano revelar as mais novas e interessantes tendências
artísticas africanas num espaço de diálogo e de abertura, Délio Jasse vai apresentar a obra "Terreno Ocupado" e Eurídice Kala leva
uma instalação intitulada "Imagina Se A Verdade Fosse Uma Mulher…e Porque
Não?".
O trabalho responde ao
conceito da curadoria que convida aos expositores e ao público a reescrever a
trajectória de África, focados para a história de luta pelas independências do
continente e expansão dos acervos, incluindo nomes e individualidades femininas
que de certa forma se encontram na periferia; nomeadamente: Josina Machel,
Pauline Lumumba, Janet Mondlane, Ginette Eboue, Ntisiki Mashalaba, entre
outras.
A pesquisa é uma
continuação de um estudo fotográfico que a artista Eurídice Kala começou em
2012 intitulado "Entre-de-Lado", um conceito que questiona o vestido
de noiva com a cor branca, presente nas celebrações matrimoniais na cultura
Africana em geral e moçambicana, de modo particular. Esta realidade, de acordo
com a investigação da Eurídice Kala, causa tensões tendo em conta os hábitos
culturais africanos e a desconstrução do discurso colonial.
Refira-se que a artista
também está a procura de fundos para a produção final deste trabalho.
A Bienal de Dakar foi
criada em 1989 como uma grande feira para expor obras de arte contemporânea. Ao
longo dos últimos anos, o Dak’Art conquistou respeito não só em África assim
como por todos os continentes. O evento estabelece uma rica ligação entre os
mais novos artistas que surgem no continente, tendo em conta a necessidade de
sustentar o futuro do universo das artes e letras em África.
A Dak'Art começou na semana passada e na cerimónia de abertura o Presidente
do Senegal, Macky Sall, anunciou que o subsídio anual para a bienal, actualmente
de 300 milhões de francos centro-africanos (457 mil euros), passará para os 500
milhões (762 mil euros).
Sessenta e seis
artistas de 24 países foram selecionados para participarem na exposição
internacional da Dak'Art, denominada "Reencantamento", uma designação
"estreitamente ligada ao tema geral da bienal, que convida os artistas e
além deles todos os africanos a inventarem novas formas de reencantar o mundo e
o continente"'.
domingo, lusa
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